Jornal O Mossoroense, um novo desafio

O jornal O Mossoroense tem sua história marcada pelo ineditismo. A começar pela sua fundação, no Século XIX, quando Jeremias da Rocha Nogueira, em 17 de outubro de 1872, fez circular sua primeira edição. Mossoró foi elevado à condição de cidade pela Lei Provincial nº620 de 09-11-1870 e, dois anos depois, o O Mossoroense nasceu como “Semanário político, comercial, noticioso e literário”. A disputa entre liberais e conservadores estava radicalizada e os primeiros reagiram com o lançamento do jornal. É interessante registrar que a população de Mossoró não chegava a 2.500 habitantes e que descendentes de Jeremias da Rocha Nogueira e seu principal colaborador José Damião de Souza Melo, são os atuais responsáveis pela existência do combativo jornal, que ao longo dos anos foi substituindo a xilogravura e a linotipo por composições e impressões mais modernas.

Em sua evolução, o O Mossoroense foi, no Rio Grande do Norte, o primeiro a ter sua redação informatizada tendo sido pioneiro em lançar suas páginas na internet. Quando isso aconteceu eu me encontrava em um encontro internacional de Agricultura, em Santiago do Chile. Fui até a sala de imprensa e mostrei a alguns jornalistas internacionais que mostraram surpresa com o fato e chegaram a noticiar em jornais de outros países. Entretanto, isso abriu uma nova discussão entre os redatores do jornal, ou seja, em, quanto tempo a edição escrita seria totalmente substituída pela versão on-line. O processo foi amadurecendo e, a partir de hoje, O Mossoroense adota esse novo sistema, como já aconteceu com importantes jornais do Brasil e de todo mundo.

Transformar o jornal de impresso a on-line é uma exigência dos tempos atuais. É claro que isso deixa um sentimento de saudade em todos que pertencem à família de O Mossoroense, mas o saudosismo precisa ser superado. Ontem foi dia do editor de redação, jornalista Cid Augusto, receber mensagens de toda parte. Muitos parabenizaram pela resolução, entendendo que haveria melhora significativa no conteúdo jornalístico. Outros, solidarizavam-se pelo encerramento do impressos. Aos últimos, Cid perguntou quantos dos jornais locais eles adquiriam. Quase todos responderam que liam os jornais pela internet. Agradecendo, o jornalista mostrou que eles seriam os principais beneficiários da transformação. Depois, que os atuais jornalistas continuarão sendo os responsáveis pela edição digital.

O editor geral, Márcio Costa, lembrou que houve tempo que o desafio era fazer o jornal chegar ao maior número possível de municípios. Havia um carro para levar o impresso às cidades, lembrando que Venha Ver, no extremo Oeste Potiguar, população de 3.800 habitantes, recebia dois exemplares. Hoje, a edição digital tem cerca de 80.000 (oitenta mil) acessos diários. O desafio é superar os 100.000 no menor espaço de tempo possível. A Organização das Nações Unidas reconhece a existência de 192 países espalhados pelos cinco continentes. O O Mossoroense está sendo lido em 59 nações, um fato bem significativo. Muito feliz a manchete do jornal impresso, última edição impressa da atual fase do jornal: “O PAPEL DE INFORMAR NÃO TEM LIMITE”. Para terminar, sugiro a todos que baixem o aplicativo O Mossoroense e comece a ficar em dia com as notícias que estão sendo transmitidas pelo seu jornal, desde as primeiras horas de hoje.