Agripino articula alianças e critica início da gestão Lula 3

Por Valdir Julião
Repórter de Política
Presidente do União Brasil no Rio Grande do Norte, ex-senador e ex-governador  José Agripino admite que o partido deverá costurar alianças políticas para concorrer aos pleitos de prefeitos e vereadores na maioria dos municípios da Região Metropolitana de Natal (RMN) em 2024.
José Agripino exemplifica que no caso de Natal o deputado federal Paulinho Freire “é um forte pré-candidato”, mas adianta que o parlamentar “é consciente de que é preciso fazer alianças para ganhar a eleição”.
Agripino disse o deputado Paulinho Freire como político “preparado” para ser candidato a prefeito, “mas não se coloca como inamovível.
Com relação a Parnamirim, Agripino afirma que a legenda do União Brasil já conta com a liderança política do deputado estadual Taveira Júnior “e vai costurar a aliança possível no plano municipal para ganhar a eleição” no terceiro maior colégio eleitoral do Estado.
“Na hora certa vamos fazer alianças em Macaíba, São Gonçalo do Amarante e outros municípios, tudo a seu tempo, não estamos cuidado disso agora”, continuou o ex-senador, acrescentou: “Por quê iríamos nos debruçar sobre definições de pleitos nos municípios nesse momento, não tem ninguém fazendo isso, tem pessoas exercitando pré-candidaturas ou desejo de candidaturas, o que é legítimo, o partido como partido, vai tomar posição na hora certa, que ainda não chegou”.
Em Mossoró, José Agripino disse que existe “um diálogo muito aberto e franco, muito sincero” com o prefeito Allyson Bezerra (SDD), mas uma possível candidatura da ex-vereadora Larisa Rosado à prefeita “é  uma questão a ser decidida no plano municipal, a  ser tratada na hora certa como uma questão principal”.
 Finalmente, ex-senador disse que a agenda pra fechamento de candidaturas será deflagrada quando os postulantes aos cargos “acharem que está na hora certa, seguramente será no próximo ano”.
A respeito da possibilidade do  senador Styvenson Valentim (Podemos) vir a se filiar ao União Brasil, José Agripino disse que “tudo o que precisava conversar com o senador, já conversou”, pois o convite para filiação já houve em março. “A definição é dele. A escolha é dele. Nós estamos no ponto em que deixamos, o convite. As conversas foram tidas. E já dissemos a ele que ele seria bem recebido do partido”.
“Ivan Júnior na Codevasf é normal”
Da mesma forma, José Agripino também contesta insinuações de que é da lavra do partido a indicação do ex-prefeito do Assu, Ivan Júnior, para o cargo de superintendente da Companhia de  Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), como não houve indicação dos deputados federais Benes Leocádio e Paulinho Freire.
“É uma coisa tão lógica, quem é o presidente da Codevasf (Marcelo Moreira Pinto), já vem do governo passado, que é um  integrante do União Brasil. A Codevasf é vinculada a qual Ministério? Integração Nacional, e quem é ligado a esse ministro? Esse ministro (Waldez Góez) não é do União Brasil, mas é muito ligado a Davi Alcolumbre (senador do União Brasil pelo Amapá)”, questiona José Agripino.
Porém, o dirigente estadual do União Brasil classifica como “normal” a indicação de Ivan Júnior para a superintendência da Codevasf “se quiserem benefícios para o estado do Rio Grande do Norte, ter alguém aqui com um bom diálogo com o presidente da Codevasf, que é do União Brasil. E  com o ministro da integração que é ligado a União Brasil e escolha de Lula”, ponderou.
Mas, Agripino disse que “pediram a nós a indicação de uma pessoa. Nós indicamos uma pessoa preparada tecnicamente, é uma pessoa que foi secretária de Recursos Hídricos”.
“Então como é que eu vejo a indicação? Não foi indicação. Foi o atendimento, o acolhimento de um pedido para que nós indicássemos uma pessoa numa sequência lógica com vistas ajudar o estado do Rio Grande do Norte. Certo. Nada melhor do que colocar uma pessoa com um bom diálogo como a Codevasf e com o ministro que acolhe a Codevasf”.
“O PT não está entendendo este novo momento”
O presidente estadual do União Brasil também fez uma análise sobre a articulação política do presidente Lula (PT) em quase seis meses de mandato, no sentido de “há uma claríssima má articulação política” do governo federal.
Na opinião de José Agripino, os articuladores políticos do Lula “não estão entendendo o novo momento. Entendem que o PT é hegemônico no Congresso Nacional, quando não é”.
Para Agripino, “ou governo governo parte para  fazer como se faz em qualquer regime democrático, com a coalizão possível do ponto de vista programático ou o governo vai vai se isolar”.
Segundo Agripino, o retrato político nas duas Casas Congresso, Câmara dos Deputados e Senado da República, “é o pensamento do eleitor, que elegeu tantos deputados e senadores do PT, do PSB, do União Brasil, do PP, de todos os partidos e aquilo ali é o retrato da sociedade”.
Projetos
 
Então, na avaliação de Agripino, “o governo democrático tem que construir a sua maioria, para convencer a sua maioria a votar as suas ideias e os seus projetos. E o PT não está sabendo fazer isso, está entendendo que é hegemônico, mas que não é hegemônico”.
Com relação à participação do União Brasil na base do governo Lula, o ex-senador e ex-governador José Agripino reafirma que o partido “não faz parte da base do governo e nem vai fazer”.
José Agripino declarou que partido “ajuda nas propostas do governo quando em jogo está o interesse nacional. Como o arcabouço  fiscal que votou a favor, e votou contra em outras matérias, não faz parte não”.
Portanto, Agripino relatou que “os ministros que foram escolhidos e que compõe a base ou que se dizem que são do União Brasil, foram escolha pessoal do presidente Lula, não foram indicações do partido”.
Agripino lembrou que o  partido não indicou ninguém no governo do presidente  Jair Bolsonaro (2019/2022), como também não indicou agora: “Bolsonaro escolheu e convidou e o partido concordou em liberar e a mesma coisa agora, o presidente Lula convidou  e o partido liberou”.
Tribuna do Norte 10.06.22

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