Corregedoria do TJRN lança Projeto Padrinhos em Mossoró

A Corregedoria Geral de Justiça do TJRN lançou, na terça-feira (22/8), na Comarca de Mossoró, o Projeto Padrinhos, iniciativa com o objetivo de proporcionar a crianças e adolescentes em instituições de acolhimento, sem perspectivas de reintegração familiar e baixas chances de adoção, a construção de laços de amizade e companheirismo na sociedade. Esta ação conta com a parceria do Ministério Público Estadual e Grupo Afeto de Apoio à Adoção, além da parceria com o Município de Mossoró, da Faculdade Católica, das Aldeias, do Grupo Acalanto e da Abrace-Parnamirim.

 

O corregedor-geral de Justiça, desembargador Gilson Barbosa, destacou o trabalho de descentralização do projeto que, até então acontecia apenas em Natal. “Graças a efetiva participação de juízes, servidores da Justiça e de instituições parceiras, o Projeto Padrinhos tomou grandes proporções e está sendo possível descentralizá-lo. Mossoró é uma cidade que se destaca no cenário do Rio Grande do Norte e estamos trazendo o Projeto Padrinhos, para cá, na expectativa de que as atividades de apadrinhamento e adoção tomem mais força e atraiam cada vez mais participantes” disse o corregedor.

 

Atualmente, a Comarca de Mossoró possui cerca de 20 crianças e adolescentes disponíveis para apadrinhamento. E para a juíza Ana Isabel de Moura, da Vara da Infância e Juventude, o município tem um grande potencial para se engajar nessa iniciativa. “A Comarca de Mossoró tem um potencial incrível de união e de força. Abrimos no site do TJRN um link para proporcionar as inscrições dos interessados e já está bem movimentado. Acredito que a gente vai conseguir sim nosso objetivo, pois a sociedade tem muito o que contribuir para a efetivação dos direitos dessas crianças e adolescentes que estão em idade de acolhimento. E garantir a elas um convívio social e comunitário”, ressaltou a magistrada.

 

"A sociedade tem muito o que contribuir para a efetivação dos direitos dessas crianças e adolescentes", destaca juíza Ana Isabel de Moura

“A sociedade tem muito o que contribuir para a efetivação dos direitos dessas crianças e adolescentes”, destaca juíza Ana Isabel de Moura

 

Parcerias

O Projeto Padrinhos foi instituído pelo Provimento nº 234/2022 da Corregedoria do TJRN e, de acordo com o juiz-corregedor Paulo Maia, o órgão está à disposição das comarcas e ONG’s para ampliar cada vez mais o alcance da iniciativa. Em Mossoró, a parceria é realizada com o Grupo Afeto e em Natal com a ONG Acalanto.

 

“Nós estamos abertos para a parceria com qualquer outra instituição que tenha esse mesmo objetivo. Quanto mais o Projeto Padrinhos for difundido, melhor. Até porque o projeto é necessário em todos os locais que possuem abrigos de crianças e adolescentes que precisam desse acompanhamento afetivo enquanto não são adotados”, explica o juiz-corregedor auxiliar Paulo Maia.

 

Ainda de acordo com o magistrado, o primeiro passo é ter uma instituição parceira que tenha o objetivo de estimular a adoção e o apadrinhamento, depois o juiz da Infância e Juventude local solicita à Corregedoria a nomeação de um comitê gestor. Então, é firmado um termo de compromisso entre a Corregedoria e a instituição e “a partir daí são feitos cursos de habilitação para os padrinhos, os encontros com as crianças e o projeto se desenvolve”, explica Maia.

 

Quem pode ser Padrinho

 

Há três modalidades possíveis para apadrinhar: afetiva, profissional e provedora. O padrinho afetivo visita regularmente o apadrinhado e pode levá-lo para passar finais de semana, feriados ou férias escolares em sua companhia. Já o padrinho profissional oferece serviços ou conhecimentos, conforme a especialidade de trabalho ou interesse do padrinho. Por fim, o padrinho provedor dá suporte material, financeiro ou por meio de serviços ao apadrinhado.

 

“O Projeto Padrinhos é muito importante porque olha para aqueles que estão esquecidos, mas não devem ser esquecidos: as crianças e os adolescentes que vivem nos acolhimentos. É uma grande oportunidade para que a sociedade, através do afeto e das pessoas que estão dispostas a conhecer essas crianças a tê-las consigo… Lembrando que não é um processo de adoção, mas de apadrinhamento de relação, de amizades que podem ser construídas. E também de outras formas, quer seja de forma financeira ou através do nosso trabalho”, observou o promotor de Justiça, Sasha Alves.

 

Comarca de Mossoró possui cerca de 20 crianças e adolescentes disponíveis para apadrinhamento

Comarca de Mossoró possui cerca de 20 crianças e adolescentes disponíveis para apadrinhamento

 

O representante ministerial acrescenta: “Um professor de karatê pode oferecer aula para as crianças, um pintor pode pintar um mural de uma instituição de acolhimento… A importância desse projeto é criar mais canais de afetos em torno das crianças e dos adolescentes que vivem nos acolhimentos”, pontuou.

 

A médica Liliane Negreiros, é uma voluntária do projeto, ela considera o amadrinhamento como uma extensão da maternidade. Para ela, participar do projeto representa a possibilidade de viver momentos inesquecíveis. “Participando de ações de descontração, que para muitos seria mais um passeio, e para alguns deles foi a primeira chance de vivenciar momentos inesquecíveis, como ter seu primeiro contato com o mar ou até mesmo de ter seu primeiro bolo de aniversário regado de sorrisos e parabéns – por exemplo”.

 

Para participar do projeto, é necessário preencher a ficha de inscrição; participar do curso de formação (para os candidatos do apadrinhamento afetivo); apresentar todos os documentos exigidos e assinar o Termo de Compromisso.

Para mais informações acesse: https://euexisto.tjrn.jus.br/pt/

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