Governo exonera militar da reserva da coordenação-geral do GSI
Coronel Carlos Onofre Serejo Luiz Sobrinho coordenava as operações de segurança presidencial. CPI quebrou sigilo do militar este mês; sindicância do próprio GSI indicou 'falha de comunicação' no dia dos atos golpistas.
g1
O governo federal exonerou o coordenador-geral de Operações de Segurança Presidencial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, coronel Carlos Onofre Serejo Luiz Sobrinho.
A decisão foi publicada no “Diário Oficial da União” desta terça-feira (29), com data retroativa à segunda (28).
O cargo de Sobrinho fica dentro da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, um dos braços do GSI.
O GSI tem status de ministério e responde, entre outras atribuições, pela segurança do presidente da República e do vice-presidente, bem como das famílias das duas autoridades. O GSI também cuida da segurança dos palácios presidenciais.
Atuação do GSI sob análise
A atuação do GSI vem sendo discutida desde os atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram as sedes dos três poderes. O Palácio do Planalto, sede do poder Executivo, foi invadido e vandalizado.
Uma sindicância do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre a invasão do Planalto apontou falha na comunicação como um dos fatores que prejudicaram a ação contra os vândalos.
A sindicância concluiu que as deficiências no fluxo e na qualidade de informações de inteligência “constituíram fator determinante para o dimensionamento insuficiente das equipes de segurança presentes no Palácio do Planalto”.
O documento afirma que o GSI não recebeu qualquer e-mail da Secretaria de Segurança Pública do DF alertando sobre a dimensão dos atos golpistas.
A atuação do GSI no 8 de janeiro custou o cargo do general Gonçalves Dias, primeiro ministro da pasta nomeado por Lula. Ele foi substituído pelo general Marco Antônio Amaro dos Santos.
Ao justificar o pedido de quebra de sigilo, Eliziane escreveu que Sobrinho, na sindicância do GSI, “foi identificado como envolvido, depondo sobre os fatos”.
Quebra de sigilo
Neste mês, a CPI dos Atos Golpistas aprovou a quebra do sigilo telefônico e telemático do militar no período entre 2 de outubro de 2022 e 31 de janeiro deste ano. O requerimento foi apresentado pela relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
“Após análise do material encaminhado, verifica-se a necessidade de aprofundar as investigações, de modo a trazer os esclarecimentos necessários sobre o papel desempenhado pelo referido agente no GSI no período eleitoral, durante a existência dos acampamentos golpistas e nos desdobramentos do 8 de janeiro. Desse modo, é necessária a quebra do sigilo telemático conforme indicado no corpo do requerimento”, justificou a senadora.