Exposição: o movimento pictórico da liberdade mossoroense

A exposição “O movimento pictórico da liberdade mossoroense” retrata em 10 obras os quatros momentos históricos da cidade de Mossoró: O Motim das Mulheres, A Abolição da Escravatura, A Resistência ao banco de Lampião e o Primeiro voto feminino. As telas foram pintadas utilizando a técnica óleo sobre tela.

Esta exposição foi montada através do prêmio fomento Maurício de Oliveira em 2019. Podemos encontrar nas obras uma diversidade de cores, técnicas e curiosidades históricas que o artista apresenta ao público.

As telas, de autoria do artista mossoroense Isaías Medeiros, estão expostas no Museu Lauro da Escóssia, que está aberto para visitação de terça a sexta-feira, das 8h às 17h, e, aos sábados, das 8h às 12h. A entrada é gratuita.

Contato através do Instagram: @artesdeisaiasmedeiros

 

 

TEXTO CURATORIAL

O MOVIMENTO PICTÓRICO DA LIBERDADE MOSSOROENSE:
DO TELÚRICO PARA O AVANÇO DAS FRONTEIRAS TANTAS

 

Liberdade e memória fundem-se nos pincéis, tintas e cores de Isaías Medeiros, em sua
quinta exposição de lienzos – “O Movimento Pictórico da Liberdade Mossoroense”. O
artista mossoroense, brasileiro, latino-americano ilumina em suas telas os quatro atos
históricos e memoráveis acontecidos na cidade de Mossoró. Em uma produção composta
por 10 peças, apreciamos “O motim das mulheres” (1875); “A abolição da escravatura”
(1883); “Resistência ao bando de Lampião” (1927) e “O voto feminino” (1928). Trata-se de
uma exposição de cunho histórico-artístico-cultural edificada no solo mossoroense e,
nisso, é telúrica e embasada sob a teoria da estética atemporal barroca – estética de
estudo do artista – reiterando o que descreve Wölfflin sobre suas visões de barroco ao dizer
que “O pictórico funda-se na impressão do movimento”. Logo, as imagens concebidas nas
telas de Isaías refletem movimentos, reviram-se em multidimensões, deslocam-se fazendo
mover os planos de fundo, inquietando o olhar de quem as vê. A sensibilidade artística do
jovem – já renomado, experiente e pesquisador Isaías, provoca reflexão e um retorno,
através do tempo, a estes quatro atos de resistência vividos pelo povo mossoroense,
especialmente acerca do resgate para o olhar sobre as pessoas que tiveram seus rostos e
ou seus nomes apagados desses momentos da história. Esta exposição é atual, engajada e
se faz necessária no habitar entre as pessoas de Mossoró, pois, além de expressar esse
apanhado de memórias, exerce papel relevante para enriquecer também o ambiente
educacional desta sociedade mantendo seu desenvolvimento em uma base sólida de
história resistente no solo local projetando-se a se exibir para além desta fronteira e de
tantas outras.
                                 

                                                                                                                                Meyre Araújo

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