O FANATISMO POLÍTICO – Reflexões Teológicas: com Ricardo Alfredo

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O FANATISMO POLÍTICO

Ao longo dos anos venho escrevendo sobre diversos temas, como: religião, religiosidade, fé, costumes, educação, banalização da vida e da política. Todavia, há grupos ávidos nas discussões ideológicas que vêm tomando de conta da nação e do mundo. Porém, nosso costume é sempre a boa ética, a decência, a verdade por trás das máscaras sociais e principalmente a defesa dos mais vulneráveis do povo.

Qualquer leigo chega a uma constatação plena de que a modernidade tecnológica nos fez desumanos, sem misericórdia, sem amor ao próximo, desobedientes aos pais, improdutivos, sem afeto, desonradores das autoridades constituídas, ingratos com o dom da vida e com o Eterno.

Diante das tantas dificuldades impostas pela vida, renasceu mais um fenômeno social, o fanatismo político. O que vem, pouco a pouco, criando muralhas entre os grupos sociais, as famílias e as instituições.

O fanatismo político tem mudado comportamentos e levado uma diversidade de pessoas ao radicalismo em defesa de ideias, antes superadas. E em nome das crenças e dos costumes, temos visto cenas grotescas de intolerância e de violência.

O fanatismo político é tão inconsequente que oferece risco ao próprio indivíduo e à comunidade na qual está inserido. Além de causar danos físicos e mentais, proporciona um desequilíbrio na estrutura social.

No entanto, o conceito mais apropriado para o fanatismo político é: trata-se de uma defesa obsessiva, acrítica e apaixonada por uma crença ou comportamento na qual não se admite o contraditório, isto é, refutação. Dá pouca abertura para tolerância a ideias contrárias.

O fanatismo político provoca o desequilíbrio emocional, de forma que surgem as agressões físicas, emocionais e verbais, e pior a divisão da sociedade, que deveria ter um mesmo sentimento quando o assunto é em defesa da vida, do progresso social e dos indivíduos.

Em nossos dias, as disputas políticas chegaram nas igrejas, nos comércios, nas esquinas, nas casas e nos trabalhos, o que não tem nada de errado, quando se trata de discussões no campo das ideias. No entanto, precisamos deixar de lado a disputa infantilizada e deslocada por grupos políticos que anunciam serem o bem e o outro lado o mal. Ou seja, quem está do meu lado está do lado do bem, e quem é contra está do lado do mal.

Para bem da verdade, a maior constatação que há, na divisão dos campos das ideias do fanatismo político, é que tanto a direita quanto a esquerda tentam impor narrativas que vêm cegando, ofuscando mesmo, a realidade da população. O que representa a morte do senso crítico.

Chegamos a tal ponto de cegueira, que a população esqueceu que o político é um empregado do povo para defender as ideias de nação, povo e equilíbrio social. E não de se complementar, como vem acontecendo, com banhos de águas minerais, champanhe, vinho caro, comidas dos faraós, roupas das grandes grifes e viagens intermináveis. Assim como, não devemos esquecer que os políticos são empregados do povo, ou seja, funcionários públicos que recebem salários, verbas do erário público, gerados pelos nossos tributos. Então, não devemos endeusá-los, pelo contrário, devemos cobrá-los pela eficiência e a qualidade na prestação de serviços à sociedade.

É de fácil percepção que a sociedade vem sendo tragada por teorias e teses de determinados políticos que se imaginam acima do bem e do mal. Que são colocados num pedestal como se fosse imune aos erros humanos. E fundamentados nesta insensatez, temos famílias, amigos, parentes, colegas de trabalho, se desentendendo sem ao mesmo procurar um meio-termo de equilíbrio nas relações sociais.

A política é essencial para o desenvolvimento da humanidade. No entanto, quando ela passa os seus limites e atinge o grau do fanatismo, da cegueira e da intolerância, então é chegado o momento da sociedade parar e refletir onde queremos chegar, e qual mundo deixaremos para os nossos filhos? Visto que o fanatismo político é a antítese da racionalidade, e que vem levando as pessoas a engolir informações falsas, as quais rejeitam os fatos científicos e objetivos.

As consequências do fanatismo político são inúmeras. Vão do aprofundamento das crises sociais, dos conflitos, da destruição dos princípios democráticos ao surgimento de ditadores. Os quais são especialistas em suprimir as liberdades civis, sociais e individuais. E ainda tem por prática a perseguição dos que dele discordam.

Portanto, o fanatismo político é apenas a ponta do iceberg, que por baixo tem como base: a intolerância, a perseguição, a destruição, aniquilamento das liberdades civis, sociais e individuais. Por outro lado, podemos estar sempre alerta e vigilante, nos opondo a esse fanatismo político para podermos construir uma sociedade justa, solidária, sustentável e humanizada.

Muita Paz, Luz e Justiça a todos!

Pesquisador e Escritor Ricardo Alfredo

“Quando toda a sua força for embora, suba nos ombros da fé para vencer”. (Teólogo Ricardo Alfredo)

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