Doações de leite humano beneficiam mais de 8 mil recém-nascidos no RN; saiba como doar

A cada ano, 340 mil bebês brasileiros nascem prematuros ou com baixo peso, de acordo com estimativa do Ministério da Saúde. O número corresponde a 12% do total de nascidos vivos. Eles são os principais beneficiados pela doação de leite humano, fundamental para a saúde de bebês durante o período em que se encontram em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) neonatais e não podem ser amamentados pela mãe.

 

Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre janeiro e dezembro de 2023, foram registrados 253 mil litros de leite humano doados no Brasil, beneficiando mais de 225 mil recém-nascidos. O número é 8% maior do que o registrado no ano anterior, mas ainda representa apenas 55% da necessidade do país. No Rio Grande do Norte, foram doados 5,7 mil litros de leite humano, que chegaram a 8,5 mil recém-nascidos em unidades neonatais do estado.

 

O Dia Nacional de Doação de Leite Humano, celebrado em 19 de maio, é uma iniciativa para promover o aleitamento materno, incentivar doações, promover debates, esclarecer dúvidas e divulgar bancos de leite aptos a receber e encaminhar doações às famílias necessitadas. Neste ano, a data fecha a semana nacional em alusão ao tema, fortalecida pela cooperação internacional pelo reconhecimento do Mercosul e Unasul.

Carol, mãe atendida no Instituto Santos Dumont (ISD), teve parto prematuro e sabe a importância do gesto de solidariedade. “Eu doei para uma mãe de gêmeos, um casal que estava na UTI. Ela não estava conseguindo tirar leite de jeito nenhum e nem dar para o bebê, então a médica do hospital falou comigo e eu concordei”, disse.

 

A preceptora pediatra do ISD, Stella Beatriz, explica que, na prematuridade, os bebês não têm força para puxar e engolir o leite materno. “Essa incoordenação do sugar para o deglutir faz com que eles não possam adquirir o leite sozinhos na amamentação, a gente precisa dar através de sondas, e é isso que é o que vai manter o bebê bem alimentado”.

 

Johnatan, filho de Carol, nasceu aos sete meses, com microcefalia. A mãe teve dificuldades, mas foi orientada e conseguiu garantir a amamentação do bebê. “Foi muito difícil ele querer pegar no peito, mas eu estava conseguindo tirar e ir dando no copinho. Eu fiquei um mês com ele no hospital até ele aprender a mamar e pegar peso”, explicou.

 

A equipe multidisciplinar do ISD acompanha o crescimento e desenvolvimento do menino, que hoje está com um ano e dois meses de idade. Stella alerta que a garantia de um pré-natal de qualidade, com acompanhamento e monitoramento constante, diminui significativamente o risco de prematuridade. Quando não é possível evitar, o trabalho de parto ocorre mais próximo do período correto do nascimento.

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