RN é quarto estado com maior taxa de homicídio de pessoas negras no Brasil

‌O Rio Grande do Norte é o quarto estado com maior taxa de homicídio de pessoas negras no país, de acordo com dados do Atlas da Violência 2024, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O RN ficou atrás somente da Bahia, Amapá e Amazonas. Em 2022, foram registrados 1.149 homicídios no RN, sendo 1.029 de pessoas negras e pardas, ou seja, 89,56% das mortes. Já entre os homicídios que tiveram como vítimas pessoas não negras, foram contabilizados 120 casos, ou seja, 10,44%.

O número de negros e pardos mortos em 2022 representa um aumento de 19,5% entre os anos de 2012 e 2022 e uma redução de 2,5% entre 2021 e o ano seguinte. O RN ainda é o terceiro com maior risco relativo de uma pessoa negra ser vítima do crime de homicídio, conforme o Atlas da Violência. Para Eduardo Cavalcanti, da 69ª Promotoria de Justiça do RN, os números são reflexo de um passado de violência contra pessoas negras, que hoje perdura por meio de um racismo estrutural, “um dos pilares de sustentação de vários problemas sociais, políticos e econômicos encarados diariamente pelas pessoas negras”.

Pobreza

No Brasil, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de pobreza entre a população negra teve uma queda de quase 30% entre os anos de 2022 e 2023. No entanto, enquanto 40% dos pretos e pardos brasileiros viviam em situação de pobreza em 2022, a porcentagem para pessoas brancas era de 21% e essa realidade não teve mudanças exacerbadas.

 

Segundo estudo desenvolvido em 2023 pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made-USP), mesmo com programas como o Bolsa Família, que pretende retirar mais de 10 milhões da pobreza, dos 45 milhões de brasileiros que devem permanecer nessa situação, cerca de 32 milhões fazem parte da população negra do país, ou seja, mais de 70% do total.

Com informações Agora RN

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