Exportações de melão e melancia devem crescer 8% na safra 2024/2025, diz Coex

 

Estimativas do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex) apontam somente para a exportação do melão e melancia um crescimento da ordem de 8% na safra 2024/2025. O incremento seria equivalente a 24 mil toneladas a mais no envio dessas frutas ao mercado externo. Na safra 2023/2024, o RN exportou mais de 87 mil toneladas dessas duas frutas, principalmente, para Espanha, Países Baixos (Holanda) e Reino Unido.

 

 

Nos cinco primeiros meses deste ano, a exportação dos 4Ms da fruticultura – melão, melancia, mamão e manga – cresceu 6,13%, no comparativo como o mesmo período de 2023. O volume enviado ao mercado externo passou de pouco mais de 91,6 mil toneladas para 97,2 mil toneladas. Já o valor exportado aumentou em 2,43%, indo a quase USS 70,4 milhões, ante os US$ 78,7 milhões em igual período de 2023. Os dados foram compilados pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), a partir de boletins do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços.

 

 

Em um período de quatro anos, considerando os primeiros cinco meses, o volume das exportações de melão, melancia, mamão e manga aumentou em mais de 21,4 mil toneladas, o que significa uma alta de 28,21%. O valor comercial negociado subiu 55,54%, passando de US$ 45,207 milhões, em 2021, para US$ 70,395 milhões em 2024.

 

 

As estatísticas das culturas do melão, melancia, mamão e manga consolidam a posição do Rio Grande do Norte como maior exportador de frutas do Brasil. De janeiro a maio deste ano, as quatro frutas tiveram destaque no mercado externo, com o melão liderando a pauta. Isolado, ele representou no período 68,84% das exportações da fruta feitas pelo Brasil. As melancias vêm em segundo com 55,48%; e os mamões, em terceiro com 38,06%. A manga ainda tem uma participação tímida nas exportações brasileiras de frutas: 4,74%.

 

Maior exportadora brasileira de frutas, a Agrícola Famosa, cravada no semiárido potiguar, em Mossoró, deve dobrar sua produção na safra 2024/2025, segundo o CEO e fundador da empresa Carlo Porro. “No período de agosto deste ano a fevereiro de 2025, devemos aumentar nossa área em torno de 20%, o que repesenta 2 mil hectares”, adiantou o empresário. Segundo ele a exportação da safra principal acontece de agosto a fevereiro mas a empresa continua produzindo mesmo no período da chuva, em volumes menores.

 

 

A Agrícola Famosa tem números impressionantes: são 30 mil hectares de terras, 11 mil hectares em produção, mais de 8 mil colaboradores, e algo próximo a 280 mil toneladas de frutas produzidas. “Nós devemos chegar a 12 mil contêineres de exportação. Esse será o terceiro ano que a gente vem com navios próprios. E para essa próxima safra a gente está dobrando a capacidade dos navios. Até o ano passado a gente vinha com navios de 2.500 toneladas. Este ano, a gente vai ter navios de 5.500 toneladas. Estamos dobrando a capacidade de carga desses navios. Nós mandamos para a Europa e também para o Oriente Médio. E o nosso próximo grande mercado é o mercado chinês”, adiantou Carlos Porro.

 

 

O empresário destacou que a empresa tem crescido muito na área do mamão. “O mamão vai ser, sem dúvida, um produto de relevância muito em breve. O povo europeu gosta demais do nosso mamão”, comentou.

 

Produtores acreditam em expansão

 

Com mais de 20 anos, a Associação dos Produtores de Manga do RN (Asprom) reúne 50 agricultures em 650 hectares, também no Vale do Açu, com uma produtividade de 10 a 15 toneladas da fruta por hectare. Paulo Teixeira, presidente da Asprom/RN, vê boas condições de ampliar a produção. “Com certeza, temos condições de produzir em torno de 8 a 10 mil toneladas e, pelo volume e potencial que temos, há condições de fazer um trabalho de exportação. Vamos gerar mais emprego, mais imposto, mais divisa”, afirma.

 

 

Economista, ele elaborou, em 2021, um projeto para exportação de manga para a Europa que aguarda financiamento para estruturação do ‘Packing House’, uma instalação que recebe e processa produtos agrícolas, pós-colheita, garantido qualidade e padrões de higiene, antes de ir ao mercado. Essa é uma exigência para exportar qualquer fruta, seja para o mercado dos Estados Unidos, como para o mercado europeu.

 

 

“Temos dois armazéns de uma cooperativa antiga, que trabalhava exclusivamente com a parte de algodão, feijão, e que fechou. Eu achei importante esses prédios para fazer o nosso Packing House, para exportar nossa manga. Hoje, o investimento seria em torno de R$ 3,7 milhões para fazer adequações e compra de maquinário. Mas, infelizmente, estamos sem avançar”, lamenta o produtor.

 

 

Atualmente, os produtores ligados à Asprom exportam em torno de 30% da produção, a partir de uma empresa exportadora âncora. O restante da produção, cerca de 70%, vai para o mercado interno, estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraíba e Pernambuco.

 

 

“Dentro do Vale do Açu, a manga está em primeiro lugar na questão de trabalho. Ela tem maior potencial de gerar emprego e renda. E se passarmos a fazer esse trabalho direto de exportação vamos gerar mais emprego, mais imposto, mais divisa, porque no caso da Europa, Estados Unidos, a venda fruta retorna em euro, dólar. E nós temos condições de fazer esse trabalho de exportação de toda semana”, anima-s

Tribuna do Norte

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