OBVIO divulga seu Boletim Mensal relativo aos Homicídios do mês de Abril de 2017
Editorial de Lançamento do 10º Boletim Mensal OBVIO
Estamos acima da curva, sim, a violência nossa de cada dia transforma a realidade de nossas ruas e de nossas vidas. Chancelar que a maioria das mortes matadas em nosso estado é decorrente da disputa territorial por grupos rivais de traficantes foi uma das piores desculpas que já seu para um gestor executivo propalar.
![Slide1](http://www.iveniohermes.com/wp-content/uploads/2017/05/Slide1-300x180.jpg)
De fato existe sim uma disputa entre facções rivais, mas usar isso para blindar os erros de gestão ocorridos não pode ser um política de estado e muito menos de governo, pois sabe-se que ao fazer isso o próprio estado orienta, dentro da incapacidade de se investigar todos os homicídios, quais os que devem ou não serem investigados, e isso, certamente promove a retroalimentação da violência por meio da impunidade, conforme veremos no artigo O Capital Humano e a Redução da Violência no RN, que explana como o crime se propagou pela inércia e lentidão decisória dentro da atual administração.
A partir da média homicida diária girando em torno de 6,7 assassinatos por dia, os dias com 7 ou mais ocorrências estão acima da curva da violência diária, e, sendo abril um mês de 30 dias, em 16 deles a violência cotidiana esteve acima. Vejamos:
1 dia com 13 ocorrências;
5 dias com 12;
1 dia com 9;
3 dias com 8, e;
5 dias com 7.
![OBVIO CAPA ED 10](http://www.iveniohermes.com/wp-content/uploads/2017/05/OBVIO-CAPA-ED-10-211x300.png)
Não há mais nada a ser acrescentado, apenas que, como bem nos disse o jornalista Jacson Damasceno[1], “Hoje no RN se mata por qualquer motivo e o discurso de que se mata mais por causa da guerra do tráfico, apenas dá a desculpa perfeita para se matar por ciúmes, em roubos, por traição, por questões de latifúndio, desentendimentos, brigas de bar, rixas de famílias, e tudo com a certeza da impunidade”.
A verdade pode ser dura, mas precisa ser dita, os nascidos, passantes, moradores da Terra de Poti, além de pessoas que acompanham os noticiários nacionais, se habituaram à barbárie diária relacionado aos crimes que se endemizam no RN. E não há sinais, diante deste quadro estatístico, de políticas claras e com investimentos concretos na segurança pública.
Clique aqui para acessar a publicação na íntegra http://bit.ly/ObvMai17
[1] Jacson Damasceno é jornalista no Rio Grande do Norte com uma carreira marcada em grandes programas do jornalismo policial e investigativo. Atualmente trabalha para a BAND NORDESTE e é assessor de comunicação da ADEPOL – Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Norte.