Thadeu Brandão – Mossoró e a violência homicida juvenil
Por Thadeu Brandão.
é exemplar: mata-se impunemente, ou quase isso; mata-se um tipo (ideal tipo weberiano) específico de sujeito e quase sempre da mesma forma.
familiar e presença do Estado, este chega no seu derradeiro momento: executando-o, formal ou informalmente.
formas de crimes são comuns na área mais economicamente privilegiada da cidade. Diferentemente de outras regiões, porém, os homicídios são raramente registrados e, quando o são, fogem do “padrão” de motivações sempre apontados e o perfil da vítima, não se enquadra no tipo geral.
Sendo o quadro esboçado uma realidade nacional, importa lembrar que o Brasil vivencia, há pelo menos três décadas um duro cotidiano de riscos e incertezas. Nossa “modernidade tardia” caracterizar-se-ia pela reprodução estrutural da exclusão social e pela disseminação das violências, com a consequente ruptura de laços sociais e a exclusão de várias categorias sociais, como a juventude, uma das grandes vítimas desse processo. Aqui,
nesses rincões, o jovem relaciona-se com a violência de modo ambivalente: ora torna-se vítima, ora surge como agressor.
Sobra o discurso vazio e violentamente simbólico do: “morreu porque estava envolvido”.
Morre a civilização e vive a barbárie. Até quando?