Thadeu Brandão – Hannah Arendt e o Facebook: tirania da intimidade e o fim do espaço público
Hannah Arendt nos lembra que a privacidade moderna é não oposta à esfera social e sim à esfera política (A Condição Humana, p. 48). Acertamos em proteger nossa “intimidade” da publicidade (redes sociais), mas erramos em fugir da política. Somente na ação política que somos humanos plenos.
O Facebook, como espaço da intimidade social por excelência, traz o oposto da vida pública: nos expõem aos imponderáveis sociais e as banalidades cotidiana como se maravilhosas fossem. E ai de quem mostrar fraquezas! Será mal visto e perderá “curtidas”.
Daí a visão antipolítica, autoritária e anti-republicana que nas redes sociais se expõem.
Ainda na “A Condição Humana”, Arendt nos lembra que, em geral, tudo o que os homens fazem, sabem ou experimentam só tem sentido na medida em que pode ser discutido. Daí a questão fundamental da política na vida, liberdade e condição humana.
Sem diálogo verdadeiro (ou seja com quem pensa diferente de nós), não há espaço público e nem política.
Com certeza, Arendt diria que o Face é o fim do espaço público.