Procuradoria pede ao STF mais uma investigação contra José Agripino

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de mais um inquérito contra o senador José Agripino (DEM-RN), para investigar suspeitas de peculato qualificado e lavagem de dinheiro. A suspeita é que um funcionário fantasma estaria lotado no gabinete do senador.

De acordo com informações da Folha de S.Paulo, em 2009, Victor Neves Wanderley foi nomeado para o cargo de assessor parlamentar, e a quebra de sigilo bancário mostrou que, em datas próximas ao pagamento do salário, fez saques em espécie e depósitos na conta de um primo de Agripino. Atualmente, o salário base de Wanderley é de R$ 7.415,57.

Em depoimento à Polícia Federal, Victor Neves Wanderley confirmou que nunca chegou a trabalhar em atividades do Senado, apesar de receber salário. A PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para aprofundar as investigações e realizar diligências para reunir fatos que comprovem as irregularidades.

RECORRÊNCIA
Caso o STF autorize a investigação, será a terceira iniciada contra José Agripino somente este ano. No último dia 7 de outubro, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, determinou abertura de inquérito para investigar o senador por suposta prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O pedido de inquérito foi feito pela Procuradoria Geral da República e resulta de investigações da Operação Lava Jato, que apura desvio de recursos e corrupção na Petrobras.

De acordo com o pedido, as investigações apontaram que Agripino combinou pagamento de propina com executivos da OAS, uma das empreiteiras alvo da Lava Jato. O dinheiro teria sido desviado da obra do estádio Arena das Dunas, em Natal.

Em março deste ano, a ministra Cármen Lúcia, também do STF, autorizou a abertura de outro inquérito, para investigar se Agripino Maia cometeu crime de corrupção passiva. O pedido também foi feito pela Procuradoria Geral da República.

Em acordo de delação premiada, o empresário George Olímpio afirmou que pagou R$ 1 milhão ao senador para tentar implantar o sistema de inspeção veicular no Estado, na época governado pelo DEM, do qual o senador era presidente nacional. As investigações correm em segredo de justiça.

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