Mosquito Aedes aegypti suspeito de trazer febre amarela para o Brasil

Após 73 anos, o Brasil pode estar novamente diante de um velho problema de saúde pública: a febre amarela. Um caso suspeito de febre amarela em Natal, próximo ao Parque das Dunas, inclusive com óbito, foi registrado recentemente e está sob investigação do Ministério da Saúde. Não está descartada a possibilidade de a transmissão ter ocorrido via mosquito Aedes aegypti.

A pasta acompanha a investigação e ofereceu apoio às secretarias de Saúde do Estado e do município na condução do caso.O Ministério da Saúde classifica o caso como suspeito até a conclusão das investigações, mas ressalta que não há evidências epidemiológicas que sugerem a transmissão do vírus da febre amarela no município, visto que, nos últimos seis meses, não há ocorrência de novos registros da doença.

Sobre o caso em investigação, a paciente teve o início de sintomas (não compatíveis com febre amarela) no dia 28 de junho deste ano. Ela evoluiu para o óbito em 6 de julho. O Ministério ressalta que a paciente não tinha histórico de viagem a área endêmica da doença.

Os resultados dos exames laboratoriais realizados pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém do Pará, e confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL), em São Paulo, sugerem infecção pelo vírus da febre amarela. No entanto, ainda é necessário complementar a investigação.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda transmitida por mosquitos. No continente americano, são observados os ciclos de transmissão urbano e silvestre. O urbano tem o homem como principal hospedeiro, sendo o principal vetor o mosquito Aedes aegypti.

É importante destacar que não houve, até o momento, outros casos suspeitos em humanos ou em primatas não humanos (PNH) confirmadas no estado do RN, segundo o Ministério da Saúde. O órgão destaca ainda que não existem evidências de transmissão do vírus em humanos no município de Natal desde 1930.

Para esclarecer o caso, estão em curso outras medidas: investigação epidemiológica do caso; estudo ecoepidemiológico (coleta de insetos e do material biológico dos primatas para pesquisa do vírus); e a realização de exames laboratoriais adicionais nas amostras já coletadas.

O Ministério da Saúde oferta gratuitamente a vacina contra a febre amarela no Sistema Único de Saúde. A vacina é recomendada nas ações de rotina do Calendário Nacional do Programa Nacional de Imunizações às pessoas que moram em área com recomendação da vacina e a viajantes que se deslocam para essas áreas.