QUATRO ANOS APÓS CRIME DE MARIANA (MG), VALE AMPLIA LUCROS E NÃO GARANTE REPARAÇÃO
Quatro anos depois, o rio está morto, atingidos estão sem casa, e famílias choram a morte de 19 pessoas. A mineradora, por outro lado, fechou o terceiro trimestre de 2019, com um lucro de US$ 1,6 bilhões (R$ 6,5 bilhões) e aumentou em 20,2% a extração de minério de ferro na comparação com o trimestre anterior.
O Brasil de Fato MG produziu um tabloide especial sobre os quatro anos do crime intitulado “A Vale destrói, o povo constrói”. O material especial narra a luta dos trabalhadores e o esforço dos movimentos populares para garantir uma vida digna às famílias atingidas pela lama.
HISTÓRICO
Em maio de 2016, o MPF entrou com uma ação para a total reparação dos danos, no valor de R$ 155 bilhões. A quantia é oito vezes maior que o acordo feito pelos governos com as mineradoras.
A partir de então, descobriu-se que a Vale adulterou relatórios para confundir investigação, perseguiu manifestantes e ocultou estudos que mostram contaminação na poeira das casas de Mariana.
A criação da Fundação Renova, para gerir as ações de reparação dos danos, não ajudou em nada, segundo os atingidos. Na direção, estão funcionários das empresas responsáveis pelo rompimento, Vale e BHPBilliton.
Em novembro de 2016, 22 pessoas e quatro empresas foram denunciadas por crimes na tragédia de Mariana.
Até hoje, ninguém foi condenado.
Agência Brasil