LAIRE ROSADO: Novo Minisro da Saúde.

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, teve um desempenho brilhante, sobretudo nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus, o Covid-19. Contudo, em determinado momento, sua política de saúde foi de encontro ao que desejava o presidente Jair Bolsonaro.

Mandetta era ministro do governo Bolsonaro e, exercendo cargo de confiança, deveria colocar em prática as ideias do seu superior imediato. Um chefe não pode ser ignorado por um auxiliar. A substituição do ministro da Saúde passou a ser um desfecho esperado. Aconteceu ontem, com a nomeação do oncologista Nelson Treich para ministro da Saúde.

Muitos acreditam que a queda de Mandetta foi motivada mais pela popularidade que aumentava a cada dia, chegando a ser o ministro melhor avaliado do governo Bolsonaro. Sua imagem crescia a cada dia enquanto a de Bolsonaro está em queda livre. Tudo é possível.

Isolamento social para evitar a propagação do coronavírus, como defendia Mandetta, ou abertura ampla, para recuperar a economia, como desejava Bolsonaro? Vale a pena repetir as palavras de Bill Gates, cofundador da Microsoft, “O efeito econômico disso é realmente dramático. Nada parecido aconteceu com a economia em nossas vidas, mas trazê-la de volta é mais fácil do que trazer as pessoas de volta à vida”.

A substituição do ministro da Saúde acontece no momento em que o país pode estar no pico da pandemia. Embora respeitado na área médica, Nelson Teich, o novo ministro, não tem experiência de SUS nem em saúde pública. É mais ligado à saúde suplementar e sempre mostrou preocupação com gastos otimizados no setor.

Em seu discurso de posse, o novo ministro defendeu o mesmo ponto do que acabava de sair. É preciso fazer uma testagem imediata da população. Com isso todos concordam, mas é uma tese impossível de se colocar em prática. Não há como o governo comprar cerca de 200 milhões de testes para aplicar na população brasileira. Além do mais, não existe mercado com capacidade de oferecer quantidade tão elevada do produto.

A única coisa fazer é torcer para que a atuação do novo ministro seja positiva. E, com ele, o presidente Bolsonaro não interfira tanto na orientação técnica que for aplicada pelo Ministério da Saúde. E isso, ao menos no início, poderá acontecer.

 

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