“Prefeito externa insatisfação com a própria gestão”, afirma vice Luiz Carlos
O vice-prefeito Luiz Carlos (PT) faz uma avaliação sobre a proposta de um novo governo anunciada pelo prefeito Francisco José Júnior (PSD). Para o petista, ao declarar que em 2016 voltará a ser “o prefeito da interinidade”, o chefe do Executivo municipal revela uma insatisfação com sua própria gestão.
“Se ele afirma que vai voltar a ser o prefeito da interinidade, é porque ele mesmo desaprova o seu modelo de gestão”, observa Luiz Carlos. Todavia, o vice-prefeito considera positivo o fato de o prefeito reconhecer que não faz uma boa gestão. “Entendo que esse reconhecimento é o primeiro passo para mudança. Agora se ela vai efetivamente acontecer, não sei. Vamos aguardar”, diz.
De acordo com o vice-prefeito, a maior dificuldade para reverter um índice de quase 90% de rejeição popular é conseguir desconstruir a imagem negativa da gestão. “O sentimento de rejeição, mesmo que mostrada em números e estatísticas, ele é muito mais perceptível nas ruas com as pessoas, entidades, movimentos sociais, que se sentem distantes do diálogo”, afirma. A falta de diálogo, inclusive, é apontada pelo petista como um dos principais problemas da gestão.
“A gestão não dialogou em muitos meses quando a cidade teve que enfrentar alguns problemas, como foi na questão da retirada dos camelôs das calçadas, dos táxis intermunicipais e dos táxis lotação, bem como do reajuste no preço da passagem do transporte público, que levou representantes da classe estudantil a ocupar a Prefeitura por três dias. A falta de diálogo, que nós sentimos até no relacionamento institucional entre o Palácio da Resistência e a própria vice-prefeitura de Mossoró, contribui para a construção de uma imagem negativa da gestão, somados a outros fatores de conhecimento público”, analisa Luiz Carlos.
O vice-prefeito revela ainda que mesmo Silveira Júnior voltando a ser “o prefeito da interinidade”, dificilmente retornará à base aliada do governo. Uma vez que, segundo Luiz Carlos, o modelo de gestão implementado por Silveira no período da interinidade não difere muito do atual. “A diferença reside no fato de que na interinidade a gestão tinha uma dinâmica maior. Queria mostrar serviço, mais em função da eleição suplementar do que o compromisso com uma gestão realmente democrática”.
Sendo assim, o vice-prefeito deixa clara a grande probabilidade de não mais compor a base aliada do governo. “Nosso rompimento foi por divergência do modelo de concepção de gestão pública. Logo, não acredito que o prefeito vai mudar sua concepção de gestão”, finaliza.