Renda dos vulneráveis é ameaçada pela crise econômica

Devido ao progresso social dos últimos anos, principalmente da América Latina na primeira década do milênio, o mundo deixou de se dividir entre pobres, classe média e ricos. Neste período, surgiu uma nova classe: a dos vulneráveis, que reúne as pessoas que conseguiram sair da pobreza, mas não o suficiente para serem consideradas de classe média. No entanto, a renda dessa nova classe é ameaçada pela crise econômica.

Pesquisadores e economistas se questionam como a desaceleração da economia na América Latina (que sofreu retração de 0,7% no ano de 2015 e deve crescer apenas 0,1% em 2016) pode afetar os índices de pobreza e se os vulneráveis voltarão a ser pobres.

“É possível que o fenômeno impacte a renda de muitos lares vulneráveis. No entanto, como eles agora estão mais distantes da linha de pobreza, pode ser que as taxas de pobreza não aumentem tanto quanto em contrações econômicas anteriores. Se isso realmente acontecer, a América Latina terá feito um novo avanço social sem precedentes”, afirma o economista do Banco Mundial, Oscar Calvo-González.

O economista ressalta que, há uma década, os vulneráveis tinham renda pouco acima da linha da pobreza. Porém, a situação financeira do grupo melhorou quando a América Latina foi beneficiada pela alta nos preços das matérias-primas e os países implantaram diferentes políticas sociais.

São classificados como vulneráveis as pessoas que ganham de U$ 4 a U$ 10 (cerca de R$ 16 a R$ 40 reais) por dia. Já a classe média é composta por aqueles que recebem entre U$ 10 e U$ 50 diários.

De acordo com levantamento do Banco Mundial, os vulneráveis são o maior grupo socioeconômico da América Latina: em 2013, representavam 38% dos latino-americanos. Por sua vez, os pobres somavam 24% da população e a classe média, 35%.