O Brasil na imprensa alemã: Neue Zürcher Zeitung – O Rio de Janeiro vai dançar de novo

O jornal Os Novos Tempos de Zurique, sobre o carnaval brasileiro:

Enfim haverá Carnaval em 2022! Na quarta-feira, começa o “Carnabril” no Rio de Janeiro. É o “Carnaval em abril”, como o mês é chamado em português. Pela primeira vez, a festa não acontecerá na data tradicional, mas sim dois meses depois. A pandemia forçou os organizadores a tomarem esse rumo incomum. No final de fevereiro, o Brasil enfrenta a terceira onda de covid-19, com cerca de 100 mil infecções e quase mil mortes por dia.

Agora, a pandemia acabou, é o que se ouve por toda a parte no país sul-americano. No domingo, o Ministério da Saúde anunciou o fim do estado de emergência. No próprio Rio, máscaras não são mais obrigatórias em lugares fechados.

Desta forma, na quarta e na quinta-feira, as escolas de samba da segunda divisão irão desfilar. Na sexta-feira e no sábado, as 12 escolas de samba do Grupo Especial competirão pelo título deste ano. Cantando e dançando, os integrantes das escolas desfilam pela avenida de 700 metros do Sambódromo, cujas arquibancadas podem acomodar 70 mil pessoas […]

O Carnaval no Sambódromo é um impressionante espetáculo de criatividade e talento organizacional em uma cidade habitualmente caótica.

Transmitido para todo o mundo, o espetáculo é extremamente lucrativo. […] Os hotéis do Rio ficam quase que totalmente lotados. Dezenas de milhares de empregos dependem dos desfiles, desde os artistas, dançarinos e músicos até os artesãos e trabalhadores que constroem os carros alegóricos. […]

Já o Carnaval de rua, por outro lado, não acontecerá – ao menos não de maneira oficial, com organização pública. Simplesmente porque não houve tempo para organizá-lo, segundo explicou o prefeito, Eduardo Paes, ainda em janeiro. Isso irritou não somente os 506 grupos carnavalescos, chamados de “blocos”, que existem no Rio, mas também os cidadãos comuns que não têm condições ou não querem pagar pelos caros ingressos para os desfiles no Sambódromo. […]

O fato de o Carnaval pode ocorrer apenas no Sambódromo e não nas ruas enfureceu muitos. Especialmente porque a cidade havia anunciado inclusive multas a quem infringisse a norma.

Na semana passada, 140 grupos publicaram uma nota de protesto. […]

O movimento acusa a cidade de querer comercializar ainda mais o Carnaval. O desfile no Sambódromo é apoiado por diversos patrocinadores. […] A nota de protesto teve efeito. A administração municipal anunciou que os cidadãos não serão mais impedidos de festejar nas ruas. Também não se fala mais em multas. Desta forma, muitos blocos podem desfilar pelas ruas, mas sem a devida organização. O Rio enfrentará literalmente “dias loucos”.

Fonte DW

Deixe um comentário