Só Girão votou para manter vetos de Bolsonaro à cultura

Os vetos presidenciais contra o setor foram apreciados em sessão conjunta da Câmara e do Senado

Da bancada federal potiguar no Congresso Nacional, composta pelos oito deputados federais e três senadores, apenas General Girão (PL) votou a favor da manutenção do veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos projetos que garantem a destinação de R$ 3,86 bilhões do Fundo Nacional de Cultura e do Fundo Setorial de Audiovisual para artistas que sofreram perdas desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020. Os vetos presidenciais contra o setor, um dos mais afetados do país, foram apreciados em sessão conjunta da Câmara e do Senado.

O deputado Walter Alves (MDB) se ausentou do pacote de vetos que incluía a Lei Aldir Blanc 2, mas votou pela derrubada do veto à Lei Paulo Gustavo. Mesma postura, só que no sentido inverso, tiveram Carla Dickson (União) e Beto Rosado (PP). Os três senadores do RN – Jean Paul Prates (PT), Styvenson Valentim (Podemos) e Zenaide Maia (Pros) – votaram pela derrubada dos dois vetos, assim como Natália Bonavides (PT), Carla Dickson (União), João Maia (PL), Rafael Motta (PSB) e Benes Leocádio (União).

O senador Jean Paul Prates (PT) destacou a derrubada dos vetos como uma vitória do setor cultural brasileiro, que, segundo ele, vem sofrendo com o desmonte promovido pelo presidente. Para o parlamentar, os vetos impediam o auxílio aos trabalhadores da cultura, que ele classificou como “a expressão de uma sociedade e promotora da reflexão.

“O presidente quer o desmonte do setor cultural, mas nós resistimos e não permitimos! Conseguimos derrubar os vetos do presidente às leis Aldir Blanc 2 e Paulo Gustavo, que irão garantir mais dignidade, promoção e auxílio aos trabalhadores e trabalhadoras da cultura do nosso país. Viva a força da mobilização popular”, disse.

Jean celebrou ainda a derrubada do veto presidencial ao projeto que prevê a mudança necessária na nomeação do “Dia do Índio” para o “Dia dos Povos Indígenas”, proposta que pretende romper o preconceito e a invisibilização do amplo espectro cultural dos nossos povos originários. E o que impedia a inscrição da psiquiatra Nise da Silveira entre os Heróis e Heroínas do Brasil.

“É preciso ser muito mesquinho e obscurantista para vetar a médica Nise da Silveira no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. O homem que já homenageou torturador em Plenário não tem mesmo como entender o legado de Nise, que humanizou o tratamento psiquiátrico no Brasil”, falou Jean.

Natália Bonavides comentou: “Mesmo com Bolsonaro contra, derrubamos os vetos presidenciais e os projetos Paulo Gustavo, de caráter emergencial, e Aldir Blanc 2, de caráter permanente, irão virar lei. Parabéns a todos pela mobilização, sem ela não teria sido possível. Viva a cultura brasileira”, celebrou.

Benes Leocádio também deixou registrado o seu contentamento com a derrubada dos vetos presidenciais. “Vitória da Cultura Brasileira! Derrubado os vetos às Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2, que preveem incentivos orçamentários destinados ao setor cultural. Os vetos foram derrubados após acordo entre governo e oposição”, afirmou.

AGORARN

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