A Educação e a Hipocrisia da Política – Reflexões Teológicas: com Ricardo Alfredo
A Educação e a Hipocrisia da Política – (Artigo da Semana) – alfredo.ricardo@hotmail.com
A Educação e a Hipocrisia da Política
Os dias passam velozes, e os discursos e as promessas são esquecidos no mundo político. É como se nada existisse ou não fosse real. Pois, a arte da política em nossos dias é fingir ou falsear a realidade. E diante desta realidade dura, a educação vem sendo penalizada, abandonada mesmo, por aqueles juraram em seus discursos protegê-la.
Campanha após campanha, as promessas são as mesmas. Gritam: educação, educação, educação, e com essa defesa de classe, muitos são eleitos com esse slogan, porém, nada verdadeiro ou substancial acontece na educação, pelo contrário, a cada dia que passa as escolas estão sucateadas e, por vezes, são maquiadas, enganando a população.
A realidade é dura, porém verdadeira, teremos que conviver ainda por muito tempo com escolas sucateadas, professores abandonados e gestores entregues à própria sorte. E pior, não há no horizonte nenhuma perspectiva de mudança.
Continuamos batendo cabeça no modelo educacional com o tal investimento nas escolas por aluno. Quando a escola é contada como gado, ou seja, a partir dos matriculados na escola, é que a instituição recebe suas verbas, ou seja, por cabeça. Este é um investimento descabido, pois as escolas de zona rural, com o passar do tempo, ficam sucateadas com os pequenos investimentos neste modelo, o que gera insegurança para a sociedade e, de forma cruel, tira a possibilidade de o pobre vencer na vida.
Por outro lado, temos inúmeros pais e responsáveis pelos alunos totalmente desinteressados pela educação, quando falamos em resultados positivos. Enquanto isso, os educadores estão passando por depressão, doenças das mais variadas, desânimo e pior, apatia pelo abandono das autoridades. O que vem levando vários profissionais excelentes a desistir da sala de aula.
Os eleitos, com promessas de mudanças na educação, logo após sua confirmação no cargo, já mudam de ideia e passam a perseguir, de forma indireta, a evolução da população, no sentido educacional. Consequentemente, isso tem uma lógica que é o domínio pela falta de conhecimento.
A perseguição aos educadores é clara, e ela vem por meio de: defasagem salarial, péssimas condições de trabalho, ausência de profissionais de outras áreas atuando no campo da educação, como: psicólogos, psicopedagogos, dentistas, entre outros. Isso é uma vergonha nacional.
A mudança na educação passa pelo respeito aos educadores, aos trabalhadores em educação e às comunidades. Todavia, o que temos é: piso defasado e gestores pisoteando os trabalhadores em educação com mídia mentirosa; escolas entregues ao descaso; e uma profunda maquiagem que engana a sociedade com aparência de investimento.
Os professores estão acuados, por um lado, pelo abandono em sala de aula com pais ausentes e sem querer saber como anda a educação dos seus filhos, por outro lado, pelo descaso das autoridades em relação ao apoio educacional, e pior, a perseguição de gestores estaduais, municipais e federais na aplicação correta dos investimentos públicos.
Os profissionais em educação estão adoecendo em grandes números, por não terem o verdadeiro apoio institucional, não têm lazer adequado e salários justos. Há professores que, para sobreviver, precisam trabalhar os três expedientes, uma carga terrível para ter um pouco de dignidade na sociedade e com sua família.
É hora de se repensar na dignidade daqueles que, a duras penas, constroem a nação. É hora de dar passe livre aos educadores nos cinemas, teatros e afins; é hora de reduzir no percentual ou mesmo extinção a cobrança do imposto de renda dos educadores; é hora de incentivar os educadores a prosseguir no sistema educacional, isentando-os de pagamento na sua formação; é hora de federalizar os salários dos educadores, destruindo o modo permanente de todos os desvios e falcatruas no investimento da educação; é chegada a hora de provamos que a educação é tudo.
Enquanto as autoridades constituídas fazem pouco caso da realidade vivida na educação, aos profissionais só restou o último recurso, que é a greve, pois é através dela que alguns políticos (gestores) dão atenção à situação da educação que é caótica.
Portanto, os educadores merecem respeito e dignidade. Assim como investimentos corretos nas escolas por parte dos gestores (governadores e prefeitos), a correta e justa verificação da aplicação das verbas públicas, quem de direito. Por outro lado, esperamos a punição dos responsáveis pelas mazelas que a educação enfrenta e assim a sociedade poderá esperar dias melhores na formação e na capacidade de opinar de forma consciente.
Muita Paz, Luz e Justiça a todos!
Pesquisador e Escritor Ricardo Alfredo