A POLÍTICA DO LEVAR VANTAGEM EM TUDO – Reflexões Teológicas: com Ricardo Alfredo

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A POLÍTICA DO LEVAR VANTAGEM EM TUDO

⁠Queria ser otimista quando trato da política brasileira e dos seus políticos de carteirinha. Todavia, ainda resta um pingo de esperança no nosso povo, que se inclina para o desejo de uma mudança de conduta e de comportamento desses que são atores políticos. Porém, e para bem da verdade, é coisa rara encontrar políticos de boa índole que sonhe com o bem comum.

No entanto, quando saímos deste mundo de ilusão, o qual é o sonho de uma mudança de comportamento e de conduta interesseira e que a política estar, e abrimos nossa mente para percepção de futuro, fica fácil a percepção que o espírito do levar vantagem com nomeação de parentes, amigos e correligionários se tornou uma prática quase comum e aceitável no meio social. Visto que, nas próximas eleições todos ou quase todos, já esqueceram em quem votou, e pior começa a caminhada de receber um mimo aqui, outro ali, logo o que foi dito, falado, escrito sobre determinado candidato é esquecido como se nunca tivesse acontecido.

O desejo de levar vantagem, é, talvez, o medo enclausurado na alma de sofrer com as dores da vida. Lógico, que somente isso, não poderia justificar uma ação danosa como essa, contra toda uma sociedade. Todavia, é de fácil percepção que há no mundo uma crise que tem como bases a individualidade desacerbada, a ausência de valores morais, a rejeição por tudo que é digno, e a rejeição de bem comum.

A parte mais dolorosa é que esse tipo de comportamento, supracitado, é tido como normal, democrático e de libertação. E pior, alguns dizem que é uma conquista da humanidade, a negociata em troca de votos. No entanto, os marcos e valores, essenciais para sobrevivência da humanidade, estão sendo lançados na vala comum.

As crianças, com rara exceção, são doutrinadas a viver e tirar aprendizagens do levar vantagem em tudo, como se isso fosse natural e prova de suas habilidades de superioridade ao outro, o que já é regra social silenciosa ou regra da modernidade. E esta nova forma de ver a vida criou uma competição não saudável que vem levando a passo de ganso a sociedade a diversos transtornos mentais, que refletem no corpo físico.

O tirar vantagem em tudo, destrói duas grandes virtudes humanas, que são: a solidariedade e a compaixão, os quais são verdadeiros alicerces do sistema sociopolítico e jurídico de uma nação. Por outro lado, as virtudes da solidariedade e da compaixão tem o poder ajustar uma sociedade desequilibrada com a correta redistribuição de renda e banimento da miséria.

Mesmo com falhas e caminhos tortuosos, a democracia pode e deve reverter a questão da miséria, da fome, do desamparo social e da desigualdade quando expurgar dos seus quadros os malandros políticos, os aproveitadores do povo, os corruptos e todos os que praticam atos antiéticos.

Neste toma lá dá cá, o povo também não é isento, pois, grande parte da população apoia e vota, pensando em retorno ou mesmo benefícios próprios, ou para os seus familiares. Ou seja, usam a mesma lógica ou conduta utilizada pelos políticos em tirar vantagem em tudo.

Grande parte dos pensadores, por medo ou por ingratidão social, ficam na vanguarda de apenas apontar o dedo e acusar os outros, sem mostrar soluções adequadas, o que é simples e cômodo. Todavia, é bom não esquecer de quem elegeu os atuais políticos, para exercerem suas funções, foi o povo e o silêncio dos bons. No entanto, a maioria dos eleitores se exime dessa responsabilidade. E ouvimos nas vozes roucas das ruas, a dizer: não fui eu, foi o outro.

Eles, os políticos são apenas um reflexo da sociedade conturbada e doente em que viveremos. Sociedade essa que é representada por mentira, sonegação de impostos, corrupção, desvios de caráter, tirando vantagem da coisa pública, descumprimento de normas públicas e apoiam as coisas indecentes ou contra os bons costumes. Desta forma, nós, o povo, deveríamos fazer uma autoavaliação, revendo a nossa própria conduta diante das situações problemas que a vida traz e agirmos com decência e ordem, porém, bem sabemos que a verdade é outra.

Essas atitudes praticadas pelo povo não isenta ou dar carta-branca para que políticos hajam com deficiência e corrupção, pelo contrário, eles foram eleitos para protegerem o interesse público e atuar em favor do bem comum. No entanto, não há milagres científicos para que possamos sair deste círculo histórico de vícios, porém, é preciso continuar votando até encontrarmos um grupo de homens e mulheres que tenham ousadia, coragem e dedicação a coisa pública para quebramos a lógica dos que dominam por meio de atitudes destrutivas.

A análise é terminativa, nos encontramos num mar de lama em tirar vantagem em tudo. Um exemplo clássico é a mídia, que era investigativa, e denuncia o mau uso da coisa público, os desvios, a corrupção e a ilusão do dinheiro fácil. Todavia, abertamente vendeu sua maior virtude, pelas trinta moedas que os acenaram.

Portanto, a crise não é apenas do tirar vantagem em tudo, mais, sim, uma crise de políticos, da política e do povo. E nesta crise de política, os estados que deveriam ser cruciais no desenvolvimento social, foi lançado a segundo ou terceiro plano pelo governo Federal. Cujo objetivo é manter aprisionados os prefeitos e os governadores, eleitos democraticamente, como verdadeiros esmoleis de xícara nas mãos, bajulando um e outro do império, para obter o que lhe é de direito. O que gerou uma crescente dificuldade na legalidade do exercício do poder político.

Muita Paz, Luz e Justiça a todos!

Pesquisador e Escritor Ricardo Alfredo

“Quando os justos governam, o povo se alegra;

quando os perversos estão no poder,

o povo geme”. (Prov. 29:2)

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