ANÁLISE: “KAMALA NO BRASIL NÃO SERIA A CANDIDATA”

Pesquisa divulgada pelo jornal The New York Times mostra avanço democrata em estados fundamentais na corrida eleitoral

Ney Lopes

Kamala Harris, candidata à presidência dos Estados Unidos, disparou nas pesquisas.

Uma nova pesquisa feita pelo New York Times indica que a candidata democrata tem uma vantagem crucial sobre o republicano em dois Estados-pêndulo que devem decidir a eleição no colégio eleitoral: o Arizona e a Carolina do Norte.

O Partido Democrata com o nome de Kamala quebra “dois tabus” existentes no Brasil.

Substituir candidato depois de lançado, somente se morrer.

Os partidos fogem dessa alternativa, embora a lei permita.

Depois, o “cacoete” de “donos de partido”, que lançam nomes para eleições majoritárias, não em função da capacitação pessoal e da possibilidade de crescimento na campanha, mas sim conveniências pessoais ou de grupos na preservação do poder.

Ideias, propostas, boa oratória, imagem respeitada, nada disso tem peso decisivo nas escolhas de candidatos.

A primeira prioridade é ter dinheiro, ou quem financie.

Segundo, não pensar e deixar os “comandos” do partido pensarem por ele.

Terceiro, muita cautela dos dirigentes partidário para que o nome lançado não tenha potencial de crescer politicamente. Isso para evitar concorrência dentro do partido.

Kamala Harris, uma mulher inteligente, não foi reconhecida nem por Biden, que a colocou como vice, por desejar uma mulher negra na posição.

No governo, Biden desconheceu Kamala, que não aparecia em nada.

Mas, as circunstâncias do momento com a senilidade de Biden, deram chance, “por acaso”, de Kamala ser chamada para disputar a Presidência.

O principal fator que a ajudou foi Biden ao renunciar tornou o nome do seu substituto inegociável, “fato consumado”.

Partiu com Kamala e não “arredou o pé”. Os democratas já em crise, aceitaram.

Resultado: em poucos dias a nova candidata se revelou preparada e capaz para a disputa.

E mais: numa hora que os democratas estavam ameaçados de perder a eleição, ela cresce eleitoralmente e vai aos poucos conquistando o país.

Se a renúncia de Biden, tivesse ocorrido no Brasil, Kamala não seria a escolhida para disputar.

Iriam alegar, que ela não tinha votos e apoios. Estava ruim nas pesquisas (???)

Desconheceriam que votos e apoios são possíveis de obtê-los já na campanha, como vem ocorrendo com Kamala.

Moral da história: na política a capacidade, respeito, o preparo pessoal do candidato serão elementos sempre decisivos para uma vitória.

Kamala prova essa regra.

O problema é que, em nosso país, ninguém acredita nisso!

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