Bolsonaro é alvo de operação da PF e terá que entregar passaporte
Ex-presidente também foi impedido de fazer contato com aliados que são alvo de operação deflagada nesta quinta-feira (8) - entre eles, os generais Braga Netto e Augusto Heleno, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Ex-assessores Filipe Martins e Marcelo Câmara foram presos.
Portal g1
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregar o passaporte em 24 horas e o proibiu de entrar em contato com investigados em uma operação que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A Operação Tempus Veritatis também prendeu nesta quinta-feira (08) dois ex-assessores especiais de Bolsonaro. De acordo com informações divulgadas pela PF, Marcelo Câmara e Filipe Martins foram detidos, além de militares.
![Marcelo Câmara e Filipe Martins — Foto: Reprodução](https://s2-g1.glbimg.com/BeZCuU9xMq307l8ZfEvVqn3Hfnw=/0x0:566x316/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/m/L/1nZ8G1SEu0DCPScAndxA/fotojet-2024-02-08t075209.601.jpg)
Marcelo Câmara e Filipe Martins — Foto: Reprodução
A operação da PF mira também Braga Netto, Augusto Heleno, Valdemar Costa Neto e outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A prisão de Câmara foi confirmada também pelo advogado Eduardo Kuntz.
A PF explica que, nesta fase, “as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”
“O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022”, diz Polícia Federal.
São cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
A operação ocorre nos estados do do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
![Militares e aliados de Jair Bolsonaro alvos de ação da PF — Foto: Reprodução/Divulgação](https://s2-g1.glbimg.com/2gO7rURu0h-c8KrfnKaEK-H6cjo=/0x0:1920x874/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/c/E/k5KaSsSICajM70Pl6VYg/alvos-pf.jpg)
Militares e aliados de Jair Bolsonaro alvos de ação da PF — Foto: Reprodução/Divulgação
Alvos militares
Ainda segundo a Polícia Federal, a operação é fruto da delação de Mauro Cid e sequência de outras investigações. Além dos ex-assessores de Bolsonaro, a operação cumpre mandados de prisão preventiva de dois militares da ativa: o coronel Romão Correa Neto e major Rafael Martins de Oliveira. O Exército acompanha alguns dos mandados em apoio à PF.
São 16 militares alvos nesta operação, incluindo membros das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”. As tropas existem desde 1957, segundo o próprio Exército.