Brasil tem índice de obesidade infantil maior que a média global; saiba como prevenir

O aumento de obesidade infantil no Brasil é preocupante e vai muito além de má alimentação

A obesidade infantil é uma realidade na população brasileira. Segundo um estudo feito em 2023 pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde, 14,2% das crianças brasileiras com menos de 5 anos estão no quadro de sobrepeso e obesidade, enquanto a média global é de aproximadamente 5,6%.

O estudo ainda indica que 33% dos adolescentes brasileiros também estão no quadro de obesidade e sobrepeso. Isso é quase o dobro da média global, que está na casa dos 18,2%.

Questão complexa e multifatorial

A obesidade infantil, de maneira geral, ocorre quando um índice numérico da criança está acima de um limiar determinado pelo cruzamento de informações como gênero, idade, peso e altura. Esse índice é chamado de IMC, ou índice de massa corporal.

Para uma criança chegar ao valor do IMC que indica obesidade, existem diversos fatores, além da alimentação, que podem contribuir para esse quadro. Especialistas em nutrição e comportamento infantil apontam que o problema não reside apenas na alimentação em si, mas também em problemas comportamentais infantis e questões disciplinares dos pais.

No que diz respeito à alimentação, o acesso a alimentos ricos em açúcar e gorduras é mais fácil do que comparado há 20 anos. Além disso, o estilo de vida acelerado também contribui para que as pessoas busquem por alimentos mais fáceis, como o fast food. Isso leva ao segundo problema, que possui raízes comportamentais tanto das crianças quanto dos responsáveis.

Muitas vezes, esses alimentos são usados para presentear as crianças por um bom comportamento. Por exemplo, uma criança que não gosta de comer verduras é constantemente subornada a comer brócolis em troca de ganhar um chocolate após a refeição, a comer feijão almejando o sorvete ou comer salada em troca de um fast-food no final de semana.

Esse tipo de persuasão cria na mente da criança a imagem de que o ultra palatável é o alimento bom. Isso porque ele só é alcançado através do sacrifício da alimentação saudável, invertendo os valores e criando um culto em torno dos salgadinhos e dos doces.

O aumento da obesidade infantil no Brasil também é relacionado com o aumento de sedentarismo infantil, especialmente no período pós-pandemia. No caso, as crianças passavam mais tempo dentro de casa e em frente às telas, ao invés de gastarem energia brincando ao ar livre e praticando esportes.

Como evitar a obesidade infantil?

Para evitar um quadro de obesidade infantil, é preciso, antes de tudo, identificar se a criança está no quadro ou prestes a entrar no quadro de sobrepeso e obesidade. Para isso, é possível utilizar uma calculadora de IMC para tirar essa dúvida.

Caso a criança se encontre com sobrepeso ou obesidade, é preciso procurar um médico nutricionista infantil para a regulação de uma nova dieta alimentar. É muito importante procurar ajuda médica qualificada para que a alimentação da criança não fique em falta de nenhum tipo de nutriente essencial.

Além disso, é preciso cortar o ciclo vicioso de recompensa por meio de alimentos não saudáveis diariamente. Não quer dizer que a criança não pode comer salgadinhos ou chocolates, mas a frequência e como o alimento é oferecido devem ser alterados; em muitos casos, acaba sendo necessário auxílio psicológico profissional tanto para os pais quanto para as crianças se adaptarem às novas regras da casa.

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