Clauder Arcanjo

O combate de João Sabino – Clauder Arcanjo

— Clauder Arcanjo, seu João teve um AVC. Ligue-me com urgência. Era manhã do dia 4 de janeiro de 2017. Eu havia desembarcado no aeroporto de Fortaleza, pela madrugada, retornando de mais um quinzena de trabalho em alto-mar, e deixara o…

Clauder Arcanjo – O combate de João Sabino

— Clauder Arcanjo, seu João teve um AVC. Ligue-me com urgência. Era manhã do dia 4 de janeiro de 2017. Eu havia desembarcado no aeroporto de Fortaleza, pela madrugada, retornando de mais um quinzena de trabalho em alto-mar, e deixara o…

Clauder Arcanjo – Pastoral do desengano

Ouso falar em fantasia Quando o amor De todas as esquinas Já se apoderou Anunciam, com todas as trombetas, o festival de promoções nos clubes de vendas. A prazo ou em módicas e suaves prestações. Enfim, faz-se qualquer negócio: em…

Clauder Arcanjo – A sétima esquina

O que me disse? O mais grave Foi o que escusou dizer! Estendia a última frase Como acaba o entardecer (Bruno Tolentino, no poema “A teia”) Na primeira esquina, um vagido e um sinal de luz na testa do horizonte. Como se o oco do nada se…

Clauder Arcanjo: Acácio e a dúvida

A cidade pequena sempre foi palco para mexericos e intrigas na história da humanidade. Em Licânia não poderia ser diferente, apesar dos rogos do Padre Araquento, arauto da litania dos bons modos. Companheiro Acácio, metido no seu paletó…

Clauder Arcanjo – Vigésimo quarto conto de separação

Nunca se esqueceria do seu sorriso trigueiro. Os outros nunca substituiriam, por completo, aquela relação forte e, diria até, carnal. Parece que ela se entendia com ele, mesmo à distância. Mal entrava no portão, parece que ele dava por sua…

Clauder Arcanjo: Vigésimo terceiro conto de separação

Seu sorriso me era desnecessário. Sim, em meio a tanta desgraça, sorrir era-me sinal de troça; para mim, de funda zombaria. Desceu do alto do degrau que havia na calçada, e disparou, em minha direção. Eu, sentada numa pedra, de frente para…

Clauder Arcanjo – Vigésimo segundo conto de separação

— Uma mesa para o casal? Nem ele, nem ela responderam ao garçom. Segundos longos. Sem resposta, ele fez um gesto com a mão direita e os conduziu para a área reservada, mais ao fundo. Saiu e voltou com o cardápio. Ressabiado, afastou-se,…

Clauder Arcanjo – O ANO BOM DE COMPANHEIRO ACÁCIO

O fim do ano se aproxima. Corro com as horas e, confesso, não sinto saudade deste ano já velho. E revelho, creia-me, caro leitor. Cansado dos noticiários pejados de desgraça e de más notícias, resolvi, há dois dias, enfiar a cara por entre…

Clauder Arcanjo – Missa do Galo

A banda de música passou, e Pedrinho, criança, deixou esquecido o choro na calçada alta. Dali, o pequeno infante podia aproveitar a passagem da bandinha. Um espectador privilegiado dos dobres da Furiosa. Sim, Furiosa! Era assim que toda…