Denúncia do MP: Grupo suspeito de matar prefeito de João Dias também cogitou assassinar viúva, eleita prefeita

O grupo denunciado pela morte do prefeito de João Dias, Francisco Damião de Oliveira, conhecido como Marcelo Oliveira, e do pai dele, Sandi Oliveira, em agosto de 2024, também cogitou matar a viúva do prefeito, Fatinha de Marcelo, que foi eleita para o cargo em outubro do ano passado.

 

Segundo o Ministério Público, o novo assassinato foi solicitado mesmo após a prisão de parte do grupo criminoso. As informações estão no aditamento à primeira denúncia, no qual o MP acusa mais nove pessoas por participação nos crimes.

 

De acordo com a peça acusatória, a informação foi confirmada após a prisão e apreensão do celular de Marcelo Alves da Silva, chamado de “Pastor”.

 

“A extração de dados de seu celular revelou diálogos mantidos com Leidiane Jácome, nos quais ela o pressionava por uma nova execução — desta vez, tendo como alvo a atual prefeita, ‘Fatinha’. No entanto, a investida foi recusada pelo Pastor, que alegou ser complicado colocar o plano em prática”, diz a denúncia.

Leidiane era vereadora do município e irmã da então vice-prefeita da cidade, Damária Jácome, que também concorreu ao cargo de prefeita.

 

Novas denúncias

A denúncia original já havia apontado Francisco Emerson Lopes da Silva, Jadson Rodrigues Rolemberg, Heliton Leandro Barbosa da Silva e Rubens Gama da Silva como envolvidos no ataque.

Com o avanço das investigações, o MPRN, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e da Promotoria de Justiça de Delitos de Organizações Criminosas, formalizou a acusação contra os seguintes nomes:

 

Damária Jácome de Oliveira, então vice-prefeita de João Dias

Leidiane Jácome de Oliveira, vereadora de João Dias

Weverton Claudino Batista

Carlos André Claudino

Marcelo Alves da Silva, o Pastor

Everton Renan Fernandes Dantas

Olanir Gama da Silva

Thomas Vitor Soares Pereira Tomaz

Gildivan Junior da Costa

Alguns dos suspeitos já se encontram presos em unidades prisionais de Caraúbas e Mossoró, enquanto outros são considerados foragidos.

 

Damária era vice-prefeita de João Dias à época do crime. Ela e a irmã Leidiane Jácome são consideradas mentoras intelectuais do grupo. As duas são consideradas foragidas, segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Norte.

 

O atentado criminoso foi motivado por vingança pessoal e política. “Os elementos reunidos no curso do inquérito policial demonstram a autoria delitiva por parte de Damária Jácome de Oliveira, Leidiane Jácome de Oliveira, Everton Renan Fernandes Dantas, Weverton Claudino Batista, Carlos André Claudino e Marcelo Alves da Silva, no crime de duplo homicídio qualificado por motivo torpe (vingança) e pelo recurso que dificultou a defesa das vítimas”, diz o documento.

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