Dia dos Professores: Esta semana a neuropsicopedagoga, Maria Carmem, homenageia!

Olá, Aprendentes de meu coração

 

Estava tudo certo sobre nossa conversa dessa semana, mas uma inquietação me incomodava! Como poderia não aproveitar a oportunidade, o espaço para homenagear aquele que tão bem me trouxe até aqui, a quem eu devo meu desenvolvimento profissional, meu crescimento cognitivo, humano, o professor – meus professores!

15 de outubro, Dia do Professor! E para essa homenagem, vamos contar história?

Era uma vez, uma menina bem humilde, nascida em Caraúbas (interior do interior do RN, rsrsrsr) que logo cedo veio embora para a Terra da resistência e por aqui sempre ficou.

Mãe nordestina, mulher de garra, pulso forte, guerreira que só ela, dedicou-se a criar os filhos com lei, regras e normas: respeito, honestidade, obediência e estudo, “estude porque é a única coisa que ninguém tira de você, o conhecimento” (frase máxima de Dona Silvani). Sempre com limite, a vida inteira tendo que dizer para onde ia, que horas voltava e se atrasasse, misericórdia! Não vai para a creche, vai aprender a ler em casa, na idade certa entra na escola, na 1ª série e não pode ser reprovada, só faz isso, tem que passar sempre. Enfim, sete anos, matrícula, ingresso na primeira série, coração disparado, sorriso de canto a canto da boca, agora era aluna, uma criança aluna.

Toca a sirene, corre pra sala, senta e espera. Entra ela, minha primeira professora, Tia Terezinha, calma, tranquila, baixinha de óculos grandes. Nunca escutei um grito dela e tinha muitos amiguinhos (sala lotada), nos ensinou a tirar do quadro, a contar, a ler melhor, escrever mais bonitinho. Nostalgia? Não! Reconhecimento.

Mais na frente, Tia Rosana, agitada, enérgica, linda! Ficávamos encantados com ela, parecia que nem estávamos em sala de aula, era divertido aprender daquele jeito e o amor pelo estudo só aumentava. Aqui, com Tia Rosana, começa minha inspiração pela docência, muito embora, ainda não soubesse disso na época.

Seguindo o rumo, ingresso na 5ª série, mais responsabilidade, mais seriedade, maior risco de ser reprovado e a promessa da surra se fosse reprovado tornava-se mais presente nos diálogos, rsrsrsrs. Daqui até a 8ª série, meu agradecimento a todos os professores dessa etapa, mas muito, muito especial ao meu mestre – Prof Evânio.

Posso dizer sem medo de errar que tenho muito dos meus professores em minha docência e com certeza uma parcela bem maior vem desse homem. Muito conhecimento para deixar a aula fluir, muito domínio de sala para a aprendizagem acontecer, empatia para entender os tropeços dos alunos, carinho para que não desista. Não sei, se era uma fórmula, sei que funcionou, até hoje eu sei: as quatro operações; porcentagem; fração; MMC e MDC; Expressões numéricas… e olhe que sempre fui fraca em matemática. E se não bastasse a aprendizagem, levo a postura e prática docente (dele) para minhas aulas e ainda tem funcionado, muito bem. Gratidão!

Depois ensino médio – Magistério. Jarityça Estigarriga, outro exemplo a ser seguido, tratar bem a todos, carinho nunca é demais. Elegância, professora tem que andar arrumada, perfumada e aulas com movimento, aluno tem que se mexer. Funcionou, funciona!

– Vestibular. 17 aninhos. Aprovação. Pedagogia.

– Quatro anos passaram. Novo vestibular. Aprovação. Letras.

– Especialização.

– Mestrado.

– Doutorado.

Novos olhares, novas aprendizagens e cada vez mais delineando meu perfil profissional. Foram anos e anos, muitos professores passaram e hoje, alguns são colegas de trabalho, uma honra.

Nesse percurso de minha formação quero representar todos os docentes na pessoa da Profa. Dra. Verônica Pontes. Esteve comigo na especialização, no mestrado, no doutorado, em publicações, em eventos, em livros, capítulos de livros e, hoje, uma amiga! Outro exemplo de mulher forte, ligada no 360, 24h por dia, inteligente, fina e chique.

Obviamente, os nomes citados representam partes de um todo. Um todo que me enche de orgulho, que me fez essa docente que luta, que briga, mas que tem orgulho de sua profissão.

A todos os meus mestres, um carinho especial pelo seu dia e por todo o ensinamento!

Seria interessante que neste, 15 de outubro, nossa sociedade conseguisse entender a importância do professor para todos, para a vida. Seria mais magnífico se todos entendessem que não somos médicos, não somos juízes, promotores, engenheiros, mas somos aquele que formamos todos vocês, somos professores.

Professores que recebem seus filhos e lutam para dar o melhor desenvolvimento mesmo que esteja com o teto caindo e o piso faltando; que criam aulas divertidas para proporcionar uma aprendizagem significativa ainda que não tenha um lápis de quadro; que tira do próprio bolso para comprar recursos; que tem que trabalhar dois, três horários para crescer o orçamento, pois não podemos nos dar o luxo de trabalhar em um só lugar; que ao fazer greve nos diz que somos vagabundos, que ganhamos muito e nos obrigam a voltar sem vencer a luta.

O mais (des)interessante é que ninguém questiona o salário das outras profissões, se ganham muito, pouco ou suficiente, mas questiona o piso do professor. Outro ponto (des)interessante, o espaço de trabalho do professor é a escola, a sala de aula, ele não vai para o hospital, para o escritório, mas tantos outros assumem o “bico” de ser professor, que coisa esquisita, essa! De certo podemos ter a verdade: país sem professor, não avança, empanca e fica no solavanco de uma ignorância alienada!

Apesar de tudo, hoje, é o nosso dia e por isso, Feliz Dia do Professor, a todos que já foram, aqueles que estão e são e aos que serão um dia. E que em futuro não tão distante tenhamos o reconhecimento profissional que merecemos, que seja justo conosco. Quem sabe um dia o professor brasileiro não ganhe um salário parecido aos dos políticos, sejam reconhecidos como artistas, no país de Alice tudo é possível!

E para não concluirmos, abraços pedagógicos e até a próxima!

 

Por Maria Carmem

Dra da Aprendizagem

@carmem.neuro.psicopedagoga

(84) 996095957

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