Eleição do Conselho Federal de Medicina e a polarização

 

Disputa CFM

O Conselho Federal de Educação escolheu seus novos 27 conselheiros e 27 suplentes em eleição caracterizada entre os que se classificam como de direita e os esquerdistas, como chamados pelos vitoriosos, como seus adversários. A disputa atingiu níveis de radicalização nunca vistos em eleições semelhantes, onde a busca dos votos aconteceu de forma agressiva, com a pauta das discussões situadas mais no clima ideológico que em assuntos diretamente ligados a temas profissionais.

Quem viveu a política na década de 60, no Rio Grande do Norte identificou clima semelhante, quando a política dividiu famílias, separou amigos, alimentou o ódio entre os cidadãos que, 28 anos depois, assistiram a um “acordão”, com a união dos que se digladiaram anteriormente por tantos anos. Foi uma questão de sobrevivência política para esses grupos, que festejaram a vitória nas eleições de 1988. Para muitos desses eleitores, infelizmente, os danos foram irreparáveis. Na atualidade, esse radicalismo repetiu-se mais recentemente, com a divisão dos eleitores entre direita e esquerda, representadas por Lula e Bolsonaro, situação que continua atualmente.

Disputa acirrada entre concorrentes sempre existiu. Por esse motivo já houve guerras, mortes, perseguições, instituição de regimes totalitários por todo o mundo pelos dois lados, sem exceção. Agora, o mundo passa por uma fase de “direitização” que se faz presente em todos os continentes. No Brasil essa polarização acentuou-se durante o mandato presidencial do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerado um “mito” entre seus seguidores. Os principais beneficiários desse quadro são sue líderes principais, Lula de um lado e Bolsonaro do outro. Historicamente, a população não percebe que está sendo utilizada em benefício de dois grupos políticos.

Como exemplo do alto teor ideológico na eleição para o Conselho Federal de Medicina, até mesmo a disputa presidencial americana foi tema das discussões. Na república estrelada, a disputa se processa entre Democratas e Republicanos, e não entre direita e esquerda, embora Trump seja classificado como de extrema direita americana e Biden como mais moderado.

O jornal O Globo, divulgou matéria assinada pelo jornalista Guilherme Caetano afirmando que, em São Paulo, “em vez de discussão programática das chapas inscritas, os profissionais têm apelado para a identificação partidária dos candidatos — inclusive com menções a Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos e novamente candidato à Casa Branca este ano”.  No Brasil, a direita se autointitulava de democrata, classificando os adversários de esquerdopatas.

A vitória dos representantes da direita foi acachapante, elegendo seus representantes em 25 estados brasileiros. Resumindo a história, nada mudou no Conselho Federal de Medicina, que continuará sendo dirigido pela mesmo sistema político que já controla a instituição.

 

 

 

 

Deixe um comentário