Entenda o FOMO: o que é, sintomas e como evitar
A sensação ligada ao uso excessivo das redes gera ansiedade, estresse e desconexão com o presente; é possível aliviar os efeitos com hábitos saudáveis, conexões reais e, se preciso, ajuda profissional
FOMO é a sigla para fear of missing out, ou “medo de ficar de fora”, em português. Trata-se de uma sensação de angústia ou ansiedade provocada pela percepção de que outras pessoas estão vivendo experiências mais interessantes, prazerosas ou importantes do que a sua própria.
Embora possa parecer recente, é especialmente presente na era digital, em decorrência do uso constante das redes sociais. O público mais afetado pelo FOMO são os jovens entre 16 e 36 anos. Essa faixa etária é a que mais consome conteúdo em plataformas como Instagram, TikTok e Twitter, nas quais a exposição constante da vida alheia gera comparações imediatas e, muitas vezes, irreais.
Após a pandemia de COVID-19, muitos jovens, que já dependiam das redes para se conectar, passaram a usá-las como principal ou única forma de interação. Com isso, a necessidade de acompanhar tudo o que acontece online se tornou ainda mais intensa, alimentando o medo de estar perdendo algo relevante, divertido ou necessário.
Sintomas que afetam a saúde mental
Os sintomas impactam diretamente o bem-estar e a qualidade de vida. Entre os principais, estão ansiedade constante, dificuldade de concentração, irritabilidade e sensação de estar sempre atrasado em relação ao que acontece no mundo. Algumas pessoas também desenvolvem quadros de estresse, insônia, mau humor e, em casos mais graves, depressão.
Mais um comportamento comum é o uso compulsivo do celular: atualizar feeds de redes sociais várias vezes por hora, checar notificações durante refeições, no trabalho ou até enquanto dirige, além de aceitar convites para eventos apenas por medo de exclusão, mesmo sem vontade real de participar.
Como evitar o FOMO e cuidar da mente
Embora o FOMO seja uma realidade comum, é possível aprender a lidar com ele de forma saudável. O primeiro passo é reconhecer o problema e tentar reduzir o tempo nas redes sociais. Práticas como limitar o uso do celular, deixar o aparelho fora do quarto à noite e programar horários específicos para checar as notificações podem ajudar a reconectar a pessoa com o momento presente.
Outra estratégia poderosa é focar no que realmente importa: priorizar conexões reais, valorizar a presença de quem está ao seu redor e se permitir viver os momentos sem a necessidade de compartilhá-los. Atividades offline, como leitura, esportes, passatempos criativos ou contato com a natureza, podem recuperar o equilíbrio mental.
Quando procurar ajuda
É importante também compreender que o fear of missing out não precisa ser um inimigo. Ao invés de ser dominado por ele, é possível usá-lo como um alerta interno para avaliar o que realmente faz sentido na vida. Esse sentimento pode incentivar a busca por experiências mais autênticas e alinhadas aos seus próprios valores, em vez de viver sob a expectativa dos outros.
Se os sintomas se intensificam a ponto de prejudicar o sono, os relacionamentos ou a produtividade, é essencial procurar ajuda profissional. Psicólogos e terapeutas estão preparados para auxiliar no desenvolvimento da autoestima, no controle da ansiedade e na construção de uma relação mais equilibrada com o mundo digital.