Fotos de quilombolas são transformadas em exposição, cartões postais e acervo de ponto de memória
Desde 2014 uma equipe de educadores realiza oficinas de Fotografia, Memória e Identidade na Comunidade Quilombola Negros do Riacho, localizada em Currais Novos.
Esse trabalho acontece como parte das ações de um projeto maior que trabalha a educação, cultura e comunicação com crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social e em parceria com escolas públicas.
Como resultado desse trabalho, a Comunidade Quilombola Negros do Riacho tem um pouco de sua realidade contada através da fotografia e sob o olhar das crianças, adolescentes e jovens quilombolas que moram na localidade.
Nas oficinas, a proposta é envolver crianças, adolescentes e jovens a partir de uma atividade cultural, possibilitando o acesso desse público à linguagem da fotografia e estimular a documentação da realidade local do ponto de vista desses atores. Essa atividade também tem o propósito de discutir e realizar uma ação concreta na área da garantia dos direitos da criança e do adolescente.
Durante essa ação os participantes das oficinas vivenciaram pela primeira vez diferentes momentos de exercício do olhar, conheceram aspectos da história da fotografia e experimentaram as técnicas da linguagem fotográfica. Essa atividade cultural possibilitou também momentos de conversas sobre o universo infantojuvenil e sobre o uso da imagem na documentação e difusão da realidade local.
“Exercitar o olhar de crianças e adolescentes e fazer com que elas captem através das câmeras aspectos da sua realidade, sem dúvida faz com que esse público comece a enxergar de uma forma mais crítica seu papel de sujeitos protagonistas de sua própria história”, disse Raimundo Melo que é coordenador da iniciativa.
Os registros fotográficos eternizaram lugares, pontos de referências, a situação da comunidade, pessoas e práticas culturais e de forma inédita, a comunidade foi documentada pelos próprios moradores. Com esse material foi organizado um acervo de imagens e uma exposição itinerante que tem divulgado a comunidade em eventos e em diferentes lugares. Parte das fotografias foi transformada numa série de cartões postais que divulga a comunidade quilombola e a ação de novos agentes culturais.
Essa exposição também se tornou parte do acervo e da produção cultural do Ponto de Memória Negros do Riacho, uma experiência de Museologia Social que acontece nessa Comunidade Quilombola.
Durante o período em que foi realizado, o trabalho contou com participação de uma equipe de educadores, fotógrafos e comunicadores populares do projeto formada por Elizama Cardoso, Onilson Pires, Raimundo Melo e Talita Barbosa.
Esse projeto é uma iniciativa do CECOP – Centro de Documentação e Comunicação Popular, instituição do terceiro setor, da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura do RN e contou com a parceria do Pontão de Cultura e Comunicação, da Rede de Pontos de Memória e Museus Comunitários do RN e do Prêmio Itaú Unicef. Essa ação tem o patrocínio da Petrobras.