General Girão minimiza ida a quartel e nega ter tramado golpe: “Não tem prova”

Inquérito da Polícia Federal concluiu que deputado federal do PL incitou atos antidemocráticos

Apontado em um inquérito da Polícia Federal como incentivador de manifestações golpistas, o deputado federal bolsonarista General Girão (PL-RN) negou que tenha tramado atos antidemocráticos. Em entrevista à 98 FM na noite desta sexta-feira 20, o parlamentar afirmou que não há contra ele qualquer prova de envolvimento com a articulação de ações inconstitucionais.

Apesar de as manifestações terem pedido um golpe militar para – naquele momento – tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), General Girão diz que se tratou de um protesto legítimo.

“O que elas estavam pedindo ali? Pedindo socorro às Forças Armadas em função de uma transparência que elas pediram. Aquelas pessoas estavam ali para manifestar seu descontentamento. Ali não era uma manifestação golpista”, enfatizou Girão.

O deputado também explicou que não teve a intenção de sugerir uma intervenção ao militar ao falar em um megafone que um “Papai Noel camuflado” poderia aparecer às vésperas do Natal.

“Para um mal entendedor, qualquer palavra basta. Para o bom entendedor, também. Eu sou militar. Comandei várias vezes Recife, Natal,Fortaleza, Boa Vista… Quando comandava os quartéis, o comando meu tinha, no período natalino, a gente levava o Papai Noel. E falei: ‘quem sabe, quem foi bonzinho, vai ter Papai Noel, pode até ser camuflado’”, declarou o parlamentar.

General Girão disse, também, que não veria problema se tivesse defendido o emprego do dispositivo previsto no artigo 142 da Constituição – cujo texto bolsonaristas radicais interpretam como uma permissão para golpe.

“A Constituição é muito clara. Ela diz no artigo 53 que os senadores e deputados são invioláveis por quaisquer opiniões, palavras e votos. Eu sinceramente me acho no direito de falar, de expor a minha opinião e a opinião daqueles que eu represento. Em nenhum momento eu estou fazendo apologia do emprego do artigo 142. E mesmo que estivesse, o artigo está na Constituição Federal. Isso não é antidemocrático”, enfatizou.

Deputado do PL volta a questionar urnas

Durante a entrevista, o deputado disse que as eleições de 2022 não foram transparentes porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não teria disponibilizado o código-fonte das urnas eletrônicas, o que é mentira.

O código-fonte é uma espécie de comando de informática que diz à urna o que fazer. É o “coração” da máquina. Diferentemente do que disse Girão, o código-fonte foi disponibilizado para inspeção de entidades fiscalizadores, inclusive candidatos e partidos, um ano antes da eleição.

O deputado afirmou também, sem provas, de que as urnas eletrônicas seriam passíveis de uma interferência externa.

“A população exigiu transparência. E a transparência foi negada em função de que um código-fonte não foi liberado para ser investigado. Nós fizemos uma audiência pública na Câmara e foi demonstrado na hora que as urnas eletrônicas são passíveis de sofrer interferência de hacker. Isso daí é claro para o mundo todo. Eu não sou técnico. Estou dizendo o que os técnicos de informática fazem”, assinalou.

O deputado disse que a conclusão seria de técnicos da Polícia Federal. Apesar disso, a própria PF atestou a lisura do processo eleitoral.

Com informações do AgoraRN

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