História: “Testemunha ocular descreve a Independência do Brasil”
Ney Lopes
Neste sábado. 7, será comemorada a Proclamação da Independência do país. No imaginário social, a lembrança do grito de D. Pedro I, decretando a independência às margens do rio Ipiranga.
Conselheiro de Dom Pedro I, o padre Belchior Pinheiro de Oliveira fez parte da comitiva que acompanhou o imperador na jornada de Santos a São Paulo.
É dele, como testemunha ocular, o relato mais detalhado do que houve.
Descreve o padre Belchior:
“Só ao cair da tarde daquele Sete de setembro, a comitiva chegou à colina do Ipiranga. D. Pedro ainda estava no alto da colina quando chegou a galope, vindo de São Paulo, o alferes Francisco de Castro Melo e Canto. Ao se encontrar com a comitiva real, Melo e Canto trazia notícias inquietantes. A notícia dizia que informações vindas de Lisboa davam conta do embarque de 7 100 soldados que, somados aos 600 que já tinham chegado à Bahia, tentariam atacar o Rio de Janeiro e esmagar os partidários da Independência”.
O caminho da Independência
Dom Pedro, tremendo de raiva, escreve o padre Belchior, arrancou de minhas mãos os papéis e, amarrotando-os, pisou-os, deixou-os na relva.
Eu os apanhei e guardei.
Depois, virou-se para mim e disse:
‘E agora, padre Belchior? ’ E eu respondi prontamente: ‘Se Vossa Alteza não se faz rei do Brasil será prisioneiro das Cortes e, talvez, deserdado por elas. Não há outro caminho senão a independência e a separação”.
D. Pedro caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado por mim, Cordeiro, Bregaro, Carlota e outros, em direção aos animais que se achavam à beira do caminho.
De repente, estacou já no meio da estrada, dizendo-me: – ‘Padre Belchior, eles o querem, eles terão a sua conta. As cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro. Pois verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações; nada mais quero com o governo português e proclamo o Brasil, para sempre, separado de Portugal”.
As testemunhas
Respondemos imediatamente, com entusiasmo: – ‘Viva a Liberdade! Viva o Brasil separado! Viva D. Pedro! ’
O príncipe virou-se para seu ajudante de ordens e falou: – ‘Diga à minha guarda, que eu acabo de fazer a independência do Brasil. Estamos separados de Portugal”.
As testemunhas foram membros da comitiva (em sua maioria, militares) e alguns poucos moradores da região, que na época abrigava propriedades rurais.
Curtinhas
- Lançado ontem, 5, no Midway o livro “Sem medo de ser marqueteiro”, do jornalista Alexandre Macedo. Foi um evento altamente prestigiado. A obra merece ser lida pela erudição do texto.
- Severo decreto islâmico no Afeganistão inclui a proibição da voz feminina em público. Além disso: nenhuma educação além da sexta série. Nenhum emprego na maioria dos locais de trabalho e nenhum acesso a espaços públicos. Nenhuma viagem de longa distância se não estiver acompanhada por um parente do sexo masculino. Nenhuma saída de casa se não estiver coberta da cabeça aos pés.
- As cidades menos habitáveis no mundo: Damasco (Síria), Argel (Argélia), Lagos (Nigéria) e Harare (Zimbábue),
- A expectativa de vida australiana ultrapassou a do Canadá e agora é maior do que a da América, Grã-Bretanha Irlanda e Nova Zelândia. As taxas mais baixas de uso de tabaco podem explicar algumas dessas diferenças, assim como o sistema de saúde da Austrália.
- Papa Francisco cativa a Indonésia. Vestido com batina branca simples, ele foi recebido por representantes das seis religiões reconhecidas da Indonésia – islamismo, catolicismo, protestantismo, budismo, hinduísmo e confucionismo. Os católicos representam 3% da população do país, enquanto os protestantes 7%.
Hoje na história
1922 – Oficialização do Hino Nacional Brasileiro, de autoria de Joaquim Osório Duque Estrada.
1991 – A cidade de Leningrado volta a chamar-se São Petesburgo
1997 – O funeral de Diana, Princesa de Gales, é assistido pela TV por 2,5 bilhões de pessoas.
2018 – Jair Bolsonaro é esfaqueado durante comício de campanha.