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Israel concorda em ouvir EUA antes de possível ataque a Rafah; Hamas responde nesta segunda sobre cessar-fogo
Israel concordou em levar em conta as preocupações e propostas dos Estados Unidos antes de lançar um possível ataque terrestre à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito. Foi o que disse neste domingo (28) o porta-voz da Casa Branca para Segurança Nacional, John Kirby. Nesta segunda-feira (29), uma delegação do Hamas viajará ao Cairo para continuar as discussões sobre um cessar-fogo e um plano de libertação de reféns.
O presidente dos EUA, Joe Biden, deve conversar ainda neste domingo com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, afirmou uma autoridade dos EUA, confirmando informações relatadas pelo site Axios.
O Exército israelense se prepara para evacuar civis palestinos de Rafah e para combater os integrantes do Hamas que ainda se refugiam no local, informou na quarta-feira um alto funcionário da defesa israelense. A operação é planejada apesar dos avisos da comunidade internacional sobre uma possível catástrofe humanitária.
Rafah, uma zona fronteiriça com o vizinho Egito, abriga atualmente cerca de um milhão de civis palestinos. Washington disse que não poderia apoiar uma operação em Rafah sem um plano humanitário adequado e credível. “Eles nos garantiram que não irão a Rafah antes de termos tido a oportunidade de expor o nosso ponto de vista e as nossas preocupações”, disse John Kirby, ao canal de televisão americano ABC.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deverá visitar a região na próxima semana. John Kirby disse que ele continuaria a pressionar por um cessar-fogo temporário, que Washington espera que seja de pelo menos seis semanas. “Esperamos que depois de seis semanas de cessar-fogo temporário, possamos ser capazes de implementar algo mais sustentável”, disse John Kirby, que ainda destacou um aumento no número de caminhões de ajuda no norte de Gaza.
![Rafah, Faixa de Gaza, 30 de Março de 2024.](https://s.rfi.fr/media/display/875aa008-ee9b-11ee-b1a6-005056a97e36/000_34MY2XG.jpg)
“Os israelenses começaram a respeitar os compromissos com o presidente (americano) Joe Biden”. No início deste mês, Biden pediu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para proteger os civis palestinos e trabalhadores humanitários estrangeiros em Gaza, caso contrário Washington poderia reduzir o seu apoio a Israel na guerra contra o Hamas.
A Casa Branca também apelou no domingo para que as manifestações de apoio aos palestinos, que se multiplicaram nos últimos dias nas universidades norte-americanas, permaneçam “pacíficas”. Só durante este fim de semana, 275 pessoas foram detidas em encontros desse tipo.
“Obviamente respeitamos o direito ao protesto pacífico”, disse John Kirby à rede ABC. “Mas condenamos totalmente as observações antissemitas que ouvimos nos últimos dias e (…) todos os discursos de ódio e ameaças de violência que circulam”, acrescentou.
Negociações
Uma delegação do Hamas viajará ao Cairo nesta segunda-feira para dar a sua resposta à recente contraproposta israelense de trégua nos combates na Faixa de Gaza e de libertação dos reféns, afirmou no domingo à AFP um alto responsável do movimento palestino.
A delegação, “liderada por Khalil al-Hayya”, membro do braço político do Hamas, irá se “encontrar com o diretor e responsável do serviço de inteligência egípcio para discutir e apresentar a resposta do movimento” palestino, especificou este alto funcionário, sob condição de anonimato.
O Hamas indicou ter recebido, no sábado, uma “contraproposta” feita por Israel como parte da mediação do Catar e do Egito. A delegação deverá discutir, também, uma “nova proposta egípcia”, acrescentou o alto responsável do movimento palestino.
Outra fonte próxima das negociações junto ao Hamas disse à AFP que o movimento está “pronto para discutir de forma positiva a nova proposta egípcia”, que inclui “avanços”.
O Hamas “deseja chegar a um acordo que garanta um cessar-fogo permanente, o retorno voluntário” dos deslocados, “um acordo aceitável para uma troca” de prisioneiros palestinos por reféns israelenses e “o fim do cerco” à Faixa de Gaza, disse esta fonte.
(Com AFP)