Itamaraty considera ‘lamentável’ ausência de Milei na Cúpula do Mercosul

 

A representante do Itamaraty para assuntos de América Latina e Caribe, embaixadora Gisela Maria Padovan, afirmou nesta quarta-feira (3) ser “lamentável” que o presidente argentino, Javier Milei, se recuse a estar na cúpula do Mercosul. Mas, segundo ela, a postura do líder do país vizinho não esvazia o encontro.

 

Milei deve vir ao Brasil no próximo fim de semana para participar de um fórum conservador em Santa Catarina. A presença dele no fórum contrasta com a ausência prevista em outro evento: a Cúpula do Mercosul, marcada para o próximo dia 8 em Assunção, no Paraguai.

 

Caso se concretize, esta será, segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a primeira vez que um país-membro do bloco não terá o presidente como representante em uma reunião de cúpula.

 

Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não compareceu ao encontro presencialmente, mas se dirigiu aos demais líderes por meio de um vídeo.

 

“A gente lamenta, não é desejável que isso aconteça. Mas o Mercosul tem 33 anos de história, é um bloco consolidado. Não altera na cúpula. É lamentável que ele decida não ir […] lamentável que um presidente decida não se reunir com seus pares” declarou a secretária de América Latina e Caribe.

A decisão de Milei de faltar ao encontro também ocorre dias após um post nas redes sociais em que o argentino critica o presidente Lula (relembre mais abaixo). O chefe da Casa Rosada é conhecido por ataques ao bloco e, durante a campanha, chegou a ameaçou retirar o país do grupo.

Sem comunicado oficial

Gisela Padovan conduziu uma coletiva no Palácio Itamaraty sobre a viagem do presidente Lula ao Paraguai e à Bolívia nos próximos dias. O petista se reunirá com os demais líderes em 8 de julho em território paraguaio e cumpre agendas em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, no dia seguinte.

 

Na ocasião, a secretária foi questionada sobre as ofensivas de Milei ao presidente Lula e a outros líderes da América do Sul. Sobre a possível vinda do líder argentino ao Brasil para o fórum, Padovan afirmou que o Brasil não foi comunicado de modo oficial.

 

“Sobre a vinda dele, não sei, não temos comentários a fazer. Não recebemos comunicação [diplomática]”, detalhou.

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