LAÍRE ROSADO: A luta pela anistia
Os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre e Hugo Motta não estão aceitando pressões para iniciarem a discussão e votação de projetos sobre anistia aos envolvidos no movimento d 8 de janeiro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a mobilizar seus seguidores, realizando ato na Avenida Paulista reunindo cerca de 45 mil pessoas. Mais importante que o número de manifestantes pode ter sido a presença de sete governadores de Estado, dentre os mais importantes na política nacional.
O que a oposição não esperava foi a divulgação de pesquisa da Genial/Quaest, nesse mesmo domingo (6), que ouviu 2.004 pessoas, entre os dias 27 e 31 de março, e revelou que 56% dos brasileiros são contra a anistia aos condenados pelos ataques antidemocráticos nos prédios dos Três Poderes.
Do outro lado, 34% são a favor do perdão. Dentro desse grupo, 18% acham que os condenados devem ser soltos porque não deveriam ter sido presos, 16% porque já estão presos por tempo demais, e outros 10% não sabiam ou não responderam.
Desde o tempo do Império, aos dias atuais, o Estado brasileiro baixou cerca de 80 normas anistiando pessoas envolvidas em crimes políticos. Foi assim com D. Pedro I, D. Pedro Segundo, Prudente de Moraes, Rodrigues Alves, Hermes da Fonseca, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck, João Goulart, até chegar a João Batista Figueiredo.
Os brasileiros sempre estiveram presentes, reivindicando ou apoiando as medidas de anistia política. Por isso é que cabe a interrogação sobre o que está ocorrendo no momento em relação ao ex-presidente Bolsonaro. Os eleitores mudaram o comportamento ou estão receosos do que pode acontecer no futuro?