LAÍRE ROSADO: Aumenta crise no PSDB Nacional

O mandado de busca e apreensão da Polícia Federal, na casa do ex-governador de Goiás e atual presidente nacional do PSDB, Marconi Perilo, é mais um fato negativo que acontece em relação a um partido que já governou o Brasil, com Fernando Henrique Cardoso e foi, ao lado do partido dos trabalhadores, um dos principais partidos nacionais.
A Polícia Federal cumpre são 11 mandados de busca e apreensão, sendo dez em Goiânia e um em Brasília. Houve sequestro de mais de R$ 28 milhões dos investigados. Marconi Perillo suspeita de influência de Ronaldo Caiado no desencadeamento dessa operação, após ter questionado a venda do Estádio Serra Dourada pelo governador de Goiás. O tucano diz que “já foi vítima de outras armações e operações encomendadas”. Agora, “estão fazendo uma operação por supostos ‘fatos’ acontecidos há 13 anos”, disse.
O PSDB é um partido que vem murchando em todo país, estando em andamento uma possível aliança nacional com o MDB. Conta com apenas três governadores, Eduardo Leite (RS), Eduardo Reidel no Mato Grosso do Sul e Raquel Lyra em Pernambuco. Recentemente, a bancada no Senado conseguiu passar de um para três senadores, Styvenson Valentin (RN), Oriovisto Guimarães (PR) e Plínio Valério (AM) e somente 13 deputados federais, quando na eleição anterior havia eleito 29.
Esse quadro interessa à política do Rio Grande do Norte pelo fato de, no último 1º de fevereiro, o senador Eann Styvenson Valentim Mendes haver deixado o Podemos e assinado, em Brasília, ficha no PSDB. Com as especulações consequentes ao fato, o próprio Marconi Perillo veio à Natal para mostrar seu apoio ao deputado Ezequiel Ferreira e assegurar que o presidente da Assembleia permaneceria na presidência do partido até o final do seu mandato, em 2026. Se quiser ser presidente, Styvenson terá que esperar até essa data para assumir a presidência do diretório.
Fala-se na fusão do MDB com o PSDB. Há quem admita que o PSDB pode até ser incorporado pelo MDB. Em qualquer das situações, o deputado Ezequiel ficará bem acomodado. Quanto ao senador Styvenson, se não concordar, não terá dificuldade em trocar de legenda. Como o cargo que ocupa é de eleição majoritária, independe de permissão do partido em que estiver filiado na ocasião. Nas eleições de 2018, foi eleito senador pela Rede Sustentabilidade. Em 2022 disputou o cargo de governador do estado pelo Podemos. Hoje, está filiado ao PSDB e amanhã, ao que parece, não encontrará dificuldades em pular para outro partido, caso seja melhor para disputar qualquer cargo eletivo em 2026.
Até que o quadro seja bem definido, Ezequiel e Styvenson continuarão aparentando um bom relacionamento que não existe. Tudo dentro do que foi pré-estabelecido pelo senador Styvenson, em entrevista concedida na capital federal : “Aqui em Brasília está tudo resolvido, a bancada do PSDB. Aí no Estado a gente ainda vai resolver a situação. A única coisa que eu vou dizer é que eu não participo do governo de Fátima. Não sou base do governo Fátima, nem vou ficar no partido que é do governo Fátima”.