LAIRE ROSADO Extrema Direita Vitoriosa nas eleições europeias

Vista do Parlamento Europeu em Bruxelas. © AFP / Kenzo Tribouillard

O parlamento Europeu é considerado o coração da democracia europeia. Quatrocentos e vinte e seis milhões de eleitores nos 28 Estados-membros da União Europeia elegeram, entre os dias 23 e 26 de maio, 751 eurodeputados para o Parlamento Europeu, dentre mais de 15 mil candidatos, em eleições que se repetem a cada cinco anos.

As pesquisas mostravam a perspectiva de crescimento da extrema-direita em diversos países e fortalecimento em outros. Na Itália o partido Fratelli d´Itália venceu com 28% dos votos, fortalecendo Giorgia Meloni, posicionando-se como uma das figuras mais poderosas da União Europeia.

Mesmo com o avanço da Extrema Direita, a soma da direita moderada, dos social-democratas e dos centristas liberais continuará majoritária, formando um grande bloco de 389 assentos. Contudo, apesar do número de eurodeputados ter passado de 705 para 720, os social-democratas perderam 4, os centristas liberais 19 e os verdes 18.

O impacto político foi grande, com a ultradireita francesa elegendo 30 nomes do grupo Identidade e Democracia,  levando o presidente da França, a ultradireita elegeu 30 nomes do grupo Identidade e Democracia, maior bancada em todos os países, levando o presidente Emmanuel Macron a dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleição legislativa antecipada.

Na Bélgica, o primeiro-ministro liberal, Alexander de Croo anunciou sua renúncia depois da divulgação dos resultados.

A Alemanha, país da União Europeia com a maior economia e bancada de eurodeputados mais expressiva, 96, o chanceler Olaf Scholz está sendo pressionado a seguir o exemplo de Macron, mas afastou vigorosamente essa possibilidade.

Na América do Sul, representantes da extrema-direita dos dois principais países comemoraram o resultado das eleições europeias. No Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro registrou em suas redes sociais que “a Europa se cansou da esquerda, de países sem fronteiras, da agenda 2030, ESG, descarbonização, ideologia de gênero, libertinagens. Os valores da família, respeito à propriedade privada, legítimo direito à defesa, liberdade de expressão falaram mais alto no momento certo. Estados Unidos com Trump em novembro 2024 e Brasil em 2026 serão os próximos nessa grande corrente do bem.”

Na Argentina, o presidente Javier Milei celebrou o que chamou de “tremendo avanço das novas direitas na Europa”, descrevendo o resultado como “grandes notícias do Velho Continente”.

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