LAIRE ROSADO: Mudança Partidária e Eleição de Vereadores
A Câmara Municipal de Vereadores, em Mossoró, tem 23 vereadores. Na atual legislatura, 19 deles mudaram de sigla, alegando necessidade de viabilização para a reeleição. Houve uma redução no número de cadeiras para 21, por conta da redução populacional no Censo 2022, vinte deles são pré-candidatos à reeleição, enquanto outros três não voltarão à disputa, Isaac da Casca (MDB), Carmem Júlia (MDB) e Zé Peixeiro (Republicanos), que pretende disputar o cargo de prefeito de Mossoró. Essa mudança partidária não foi registrada apenas em Mossoró, tendo sido registrada em grande parte dos 5.569 municípios brasileiros.
Em Mossoró, o prefeito Allyson Bezerra, candidato à reeleição, acompanhou de perto e fez questão de opinar na elaboração das listas de candidatos dos partidos que lhe dão apoio na administração. Apostando na reeleição, prefere não ser surpreendido com a formação de uma bancada majoritária que possa lhe fazer oposição.
O legislativo municipal não é diferente do que acontece nas Assembleias Legislativas e no Legislativo Federal. Até por questão de sobrevivência prefeitos, governadores e presidente da República eleitos, costumam cooptar os parlamentares, até como condição de governabilidade. Muitos dos eleitos precisam do Executivo para a manutenção de suas bases políticas. Lembro quando a governadora Wilma de Faria foi eleita com apenas uma deputada ao seu lado, a própria filha, deputada estadual Márcia Maia. Antes de sua posse, já contava com a maioria da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, que permaneceu ao seu lado até o final do segundo mandato.
Via de regra, os eleitos para o Legislativo podem ser classificados em grupos distintos. Alguns parlamentares estão entre os que procuram agir como porta-vozes de demandas da população junto ao Poder Executivo. Costuma-se dizer que muda o governante, mas continuam no Governo.
Um segundo grupo é formado por representantes fiéis ao seu grupamento político, mais frequente nos municípios menores, onde a população lhes conhece e o voto está de conformidade com essa posição.
Existe ainda, em número cada vez menor, os que permanecem na defesa de ideias e propostas programáticas. Nesse grupo, vale ressaltar a fidelidade política, reconhecida por pequeno grupo de eleitores.
Em Mossoró, o efeito Bolsonaro versus Lula não será uma característica das mais importantes, sabendo-se de antemão que a maioria dos candidatos à Câmara apresenta viés de direita. O fator local terá mais importância, com o prefeito Allyson trabalhando pela reeleição, mas consciente da importância em eleger uma bancada expressiva de vereadores. A divisão dos candidatos de oposição favorece o projeto político da situação, mas, somente depois de apurados os votos, será possível saber qual o peso do apoio do prefeito Allyson Bezerra na eleição de cada um dos vereadores. Seu projeto futuro está diretamente relacionado ao resultado eleitoral deste ano.