LAIRE ROSADO UM MONUMENTO IMPORTANTE

A Prefeitura de Mossoró teve a iniciativa de construir um monumento para lembrar as vítimas da Covid-19. Foi uma decisão importante, no sentido de eternizar a memória das pessoas que foram vitimadas por uma doença que fez milhões de vítimas no mundo inteiro, em muitas vezes, pela negligência da saúde pública.
Lembro dos primeiros casos registrados em Mossoró. Plantonista na UPA do Belo Horizonte, pouco antes da identificação do coronavírus, dezenas de pacientes procuravam as Unidades de Pronto Atendimento apresentando quadro clínico de insuficiência respiratória aguda. Eram tantos casos e tamanha a gravidade que os leitos hospitalares ficaram lotados, sobretudo os do Hospital Regional Tarcísio Maia.
Acompanhava, impotente, alguns pacientes que faleciam no próprio local do atendimento ou em maca de ambulância, quando estavam sendo transferidos para alguma UTI. No final de fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde confirmou oficialmente o primeiro caso do coronavírus no Brasil e, no Rio Grande do Norte, Mossoró registrando a primeira vítima fatal com diagnóstico de Covid-19.
Todos lembram da indiferença dos órgãos públicos federais em relação ao combate da doença, que foi até considerada uma “gripezinha”. Houve demora na importação das vacinas anticoronavírus e, quando aqui chegaram, a campanha contra a imunização patrocinada pelo Governo Federal praticamente não existia. As estatísticas sobre as mortes foram proibidas de divulgação oficial, sendo necessário uma associação dos principais órgãos de divulgação do país para que elas fossem tornadas públicas. Ainda hoje, há pessoas que questionam se o uso das vacinas não foi mais prejudicial que benéfica à população.
O Memorial Covid-19 foi construído com o intuito de prestar homenagem às vítimas fatais da Covid com a inclusão de seus nomes em suas paredes. Com o passar do tempo, os atingidos por essa fatalidade serão lembrados não apenas pelos seus familiares, mas por toda a população.
Um memorial tem o poder de eternizar a memória coletiva das pessoas que sucumbiram à doença. Cada nome gravado ou cada símbolo presente representa uma vida perdida, mas, também, a cobrança aos Poderes Públicos para enfrentarem situações semelhantes de maneira mais honesta, mais responsável, tudo o que faltou na guerra contra o novo Coronavírus.