Medo da morte é o sentimento mais comum entre vítimas da Covid-19
Em outubro, de 2020, Camila de Oliveira, 31 anos, foi orientada a ficar em casa, isolada, quando testou positivo para Covid-19. Ela mora na França e, por lá, nessa mesma época, a pandemia estava no auge da segunda onda e o governo local decretava lockdown.
Camila estava feliz porque entrava no segundo mês de gestação e concluía seu sonhado curso profissionalizante quando adoeceu. Os primeiros sintomas chegaram com intensidade e, no isolamento, contava apenas com a ajuda dos familiares. Na França, as autoridades em saúde recomendavam o isolamento total nos primeiros dias de infecção. Camila teve febre, falta de ar e medo.
“A gente fica angustiada porque, realmente, o cansaço é forte. Eu não saia da cama, fiquei com medo de perder o ar, de não poder mais respirar, ninguém me socorrer e, por eu estar grávida, fiquei com medo de perder o bebê”, relata a estudante.
A falta de ar causou angústias e sofrimentos desesperadores em Camila de Oliveira. A brasileira conviveu com a sensação de afogamento e febres altíssimas por dois dias. Não foi ao médico. Mas conta que a ausência de uma equipe médica, durante a manifestação mais aguda dos primeiros sintomas, foi sentida.
“O acompanhamento médico do início ao fim, e depois também, é essencial. A doença é solitária e, por isso, se tivermos o amparo da medicina, dos médicos, é super importante”, acredita Camila.