Militar da reserva foi morto em Natal a mando de facção criminosa, diz delegado

 

Um dos suspeitos de determinar a execução de Gildo Machado foi preso hoje | Foto: Reprodução/PCRN

A morte do sargento Gildo Machado de Freitas, de 58 anos, foi determinada por uma facção criminosa com atuação em Natal. A informação foi confirmada pelo delegado Cláudio Henrique, da Delegacia de Desaparecidos, que comanda as investigações sobre o caso. A vítima desapareceu em 24 de abril deste ano, e a ossada dele foi encontrada no dia 19 de julho no conjunto Leningrado, na zona Oeste de Natal.

 

Um dos suspeitos de ter participado da morte do militar foi preso nesta terça-feira (7) pela Polícia Civil. O homem foi identificado apenas como Geovane, mais conhecido como Samurai. Um segundo membro da facção criminosa que também teria envolvimento no crime está foragido. Esse foi identificado como Rafael, conhecido como R2.

 

“Nós conseguimos comprovar que essa morte se deu por uma determinação da facção criminosa, porque o sargento Gildo teria violado algumas normas de conduta que as lideranças da facção determina que se exerça naquela comunidade, e então os criminosos dessa facção aproveitaram para a oportunidade, na verdade, para tomar a arma e terminaram assassinando o militar. Eles subtraíram a arma de fogo, o veículo, depenaram o veículo para vender os seus objetos”, afirmou o delegado Cládio Henrique.

 

Os suspeitos que teriam matado o militar atuavam como “disciplina” da facção, de acordo com o delegado. Pela função, eles são os resposáveis por impor as regras da facção na comunidade. Segundo as investigações, os criminosos sabiam que Gildo Machado era militar e andava armado. A infração de normas de conduta seria uma justificativa para eles cometerem o crime.

 

Prisão de suspeito

 

O primeiro suspeito de participar do crime foi preso na manhã desta terça-feira durante uma operação da Polícia Civil. Os agentes chegaram à residência dele, que tentou fugir, mas foi detido. Uma arma de fogo também foi apreendida. O delegado Cláudio Henrique afirmou que o equipamento será periciado para tentar identificar se foi o mesmo utilizado para a morte do militar da reserva.

 

De acordo com as investigações, o suspeito preso nesta terça teria participado da determinação da morte, da própria execução da vítima e também da ocultação de cadáver. Samurai, como é conhecido, preferiu ficar em silêncio na presença dos policiais.

 

Gildo Machado trabalhava consertando eletrodomésticos e caiu em uma emboscada no dia 24 de abril, quando foi chamado para uma oferta de trabalho. Quando chegou no local, ele foi rendido e morto. O carro, posteriormente foi abandonado no bairro.

 

A ossada do militar da reserva foi encontrada quase três meses depois, no conjunto Leningrado, próximo a um condomínio. Os restos mortais estavam enterrados em um buraco de aproximadamente um metro, coberto por galhos de árvores. Após exames da arcada dentária realizados pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep/RN) foi identificado que a ossada era do sargento.

 

O delegado Cláudio Henrique chamou atenção para a atuação do crime organizado na região. “O que eles fazem ali, especialmente em dois condomínios populares no bairro do Planalto, é controlar aquelas pessoas. Criam desculpas para executá-las, para expulsá-las da residência, para tomar os apartamentos. Eles alugam, usam como esconderijo para drogas, armas ou foragidos. É uma forma de desculpa para dominar aquela comunidade”, pontuou o delegado.

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