Monitor da Violência: assassinatos caem 4% no Brasil em 2023, mostra edição final do levantamento periódico

 

Monitor da Violência: assassinatos caem 4% no Brasil em 2023, mostra edição final do levantamento periódico

Foram 39,5 mil mortes violentas em 2023, contra 41,1 mil em 2022. Índice nacional criado em 2017 pelo g1 em parceria com o FBSP e o NEV-USP chega ao fim após cumprir objetivo de aumentar a transparência na divulgação de dados sobre segurança pública. Monitor seguirá com outras iniciativas.

Por Marina Pinhoni, Gustavo Petró — g1

 

12/03/2024 04h00 Atualizado há 5 horas

 

Assassinatos caem 4% no Brasil

 

 

O número de assassinatos no Brasil caiu 4% em 2023 na comparação com 2022, mostra a edição final do levantamento periódico realizado pelo Monitor da Violência.

 

O levantamento contabiliza as vítimas de homicídios dolosos (incluindo feminicídios), latrocínios (roubos seguidos de morte) e lesões corporais seguidas de morte. Mortes decorrentes de violência policial não entram na conta.

 

A queda é a terceira consecutiva e, novamente, a menor da série histórica (iniciada em 2007) do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), parceiro do g1 no Monitor.

A redução foi disseminada: a maioria (21) das unidades da federação registrou menos assassinatos em 2023 do que em 2022. Cinco (Amapá, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Maranhão) tiveram alta e uma (Ceará), estabilidade.

 

O índice de assassinatos por 100 mil habitantes do país – indicador usado internacionalmente para medir a violência – também caiu, passando de 20,3 em 2022, para 19,4 em 2023. O número foi calculado com base na população brasileira de 2022, e pode mudar quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar as estimativas oficiais de população para 2023.

 

Apesar da melhora, o país ainda tem um dos maiores índices mundiais de homicídios (em 2021, tínhamos a maior do mundo, segundo um estudo da Organização das Nações Unidas divulgado em 2023), e grandes desafios regionais no combate à violência – há mais unidades da federação (19) com índices piores que a média brasileira do que melhores (8).

 

Após a publicação da reportagem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que comandou o Ministério da Justiça em 2023, comentou os dados:

 

“O SUSP [sistema único de segurança pública, criado por lei em 2018] é o caminho: operações integradas, inteligência, uso eficiente e proporcional da força. O país não precisa de novos ‘planos’ de papel, nem de medidas demagógicas oriundas do ‘Direito Penal do Terror’.”

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