PF usou registros do Alvorada e de celulares para confirmar relato de Cid sobre minuta do golpe; veja datas

A Polícia Federal (PF) usou dados de registros de celulares e de entrada e saída do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, na investigação sobre uma minuta de decreto que previa a prisão de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e a convocação de novas eleições após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) na disputa de 2022.

 

As informações constam de um documento da investigação obtido pelo blog.

A existência da minuta foi revelada à PF pelo tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro ao longo de todo o mandato, em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Registros da movimentação no Alvorada e dados de Estações Rádio Base (ERB) permitiram à corporação corroborar o relato de Cid e obter mais detalhes sobre os participantes das discussões relacionadas à minuta do decreto e as formas como eles se comunicaram.

 

A partir dessas informações – e de dados descobertos no celular de Mauro Cid –, a PF afirma que Bolsonaro sabia da existência da minuta, pediu e fez ajustes no teor dela e a apresentou a militares também investigados por tentativa de golpe de Estado para manter o agora ex-presidente ilegalmente no poder.

 

PF usou registros do Alvorada e de celulares para confirmar relato de Cid sobre minuta do golpe; veja datas

Texto, que previa prisão de Alexandre de Moraes e convocação de novas eleições, foi discutido com Bolsonaro na residência oficial do então presidente da República, após a derrota nas eleições de outubro. Em áudio, ex-braço-direito de Bolsonaro advertiu comandante do Exército que, sem ‘incendiar a força’, o ‘status quo’ se manteria.

Por Andréia Sadi, Gustavo Petró, Reynaldo Turollo Jr

 

14/02/2024 06h01 Atualizado há uma hora

 

Jair Bolsonaro e Mauro Cid em imagem de março de 2020 — Foto: Alan Santos/PR

Jair Bolsonaro e Mauro Cid em imagem de março de 2020 — Foto: Alan Santos/PR

 

 

A Polícia Federal (PF) usou dados de registros de celulares e de entrada e saída do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, na investigação sobre uma minuta de decreto que previa a prisão de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e a convocação de novas eleições após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) na disputa de 2022.

 

As informações constam de um documento da investigação obtido pelo blog.

 

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A existência da minuta foi revelada à PF pelo tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro ao longo de todo o mandato, em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Registros da movimentação no Alvorada e dados de Estações Rádio Base (ERB) permitiram à corporação corroborar o relato de Cid e obter mais detalhes sobre os participantes das discussões relacionadas à minuta do decreto e as formas como eles se comunicaram.

 

A partir dessas informações – e de dados descobertos no celular de Mauro Cid –, a PF afirma que Bolsonaro sabia da existência da minuta, pediu e fez ajustes no teor dela e a apresentou a militares também investigados por tentativa de golpe de Estado para manter o agora ex-presidente ilegalmente no poder.

 

 

Segundo a PF, a cronologia foi a seguinte (clique nos links para ler mais sobre cada item)

 

19 de novembro de 2022: a minuta é apresentada a Bolsonaro no Alvorada;

7 de dezembro: minuta é apresentada a Bolsonaro e militares no Alvorada;

9 de dezembro: Bolsonaro enxuga pontos do decreto e apresenta a general que ofereceu tropas;

“É hoje o que ele fez hoje de manhã? Ele enxugou o decreto, né? Aqueles considerando o que o senhor viu e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais, é… resumido, né?”, afirmou Cid ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, segundo os dados do Exército, em 9 de dezembro.

O decreto não chegou a ser publicado. A PF, agora, considera prioridade ouvir Freire Gomes para confirmar a cronologia da minuta golpista.

 

PF usou registros do Alvorada e de celulares para confirmar relato de Cid sobre minuta do golpe; veja datas

Texto, que previa prisão de Alexandre de Moraes e convocação de novas eleições, foi discutido com Bolsonaro na residência oficial do então presidente da República, após a derrota nas eleições de outubro. Em áudio, ex-braço-direito de Bolsonaro advertiu comandante do Exército que, sem ‘incendiar a força’, o ‘status quo’ se manteria.

Por Andréia Sadi, Gustavo Petró, Reynaldo Turollo Jr

 

14/02/2024 06h01 Atualizado há uma hora

 

Jair Bolsonaro e Mauro Cid em imagem de março de 2020 — Foto: Alan Santos/PR

Jair Bolsonaro e Mauro Cid em imagem de março de 2020 — Foto: Alan Santos/PR

 

 

A Polícia Federal (PF) usou dados de registros de celulares e de entrada e saída do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, na investigação sobre uma minuta de decreto que previa a prisão de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e a convocação de novas eleições após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) na disputa de 2022.

 

As informações constam de um documento da investigação obtido pelo blog.

 

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A existência da minuta foi revelada à PF pelo tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro ao longo de todo o mandato, em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Registros da movimentação no Alvorada e dados de Estações Rádio Base (ERB) permitiram à corporação corroborar o relato de Cid e obter mais detalhes sobre os participantes das discussões relacionadas à minuta do decreto e as formas como eles se comunicaram.

 

A partir dessas informações – e de dados descobertos no celular de Mauro Cid –, a PF afirma que Bolsonaro sabia da existência da minuta, pediu e fez ajustes no teor dela e a apresentou a militares também investigados por tentativa de golpe de Estado para manter o agora ex-presidente ilegalmente no poder.

 

 

Segundo a PF, a cronologia foi a seguinte (clique nos links para ler mais sobre cada item)

 

19 de novembro de 2022: a minuta é apresentada a Bolsonaro no Alvorada;

7 de dezembro: minuta é apresentada a Bolsonaro e militares no Alvorada;

9 de dezembro: Bolsonaro enxuga pontos do decreto e apresenta a general que ofereceu tropas;

“É hoje o que ele fez hoje de manhã? Ele enxugou o decreto, né? Aqueles considerando o que o senhor viu e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais, é… resumido, né?”, afirmou Cid ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, segundo os dados do Exército, em 9 de dezembro.

O decreto não chegou a ser publicado. A PF, agora, considera prioridade ouvir Freire Gomes para confirmar a cronologia da minuta golpista.

 

Veja vídeo de junho de 2023, quando a minuta golpista foi encontrada no celular de Mauro Cid:

Celular de Mauro Cid tinha minuta de GLO e estudo para dar ‘suporte’ a um golpe

 

 

19 de novembro: minuta é apresentada ao Bolsonaro

Em reunião em 19 de novembro de 2022, 20 dias após o 2º turno da eleição que deu vitória a Lula (PT) Bolsonaro recebeu no Palácio da Alvorada o assessor da presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, o advogado Amauri Saad e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva.

 

Os nomes dos três aparecem nos registros de controle e de saída do Palácio da Alvorada, e os dados dos celulares deles, no histórico da Estação Rádio Base (ERB) da região do imóvel.

 

Os dados de controle de entrada e de saída do Alvorada indicam que Martins entrou pelo portão principal às 14h59, no mesmo horário que o padre José Eduardo. Mauro Cid estava no Alvorada desde as 8h34 da manhã.

Nesse encontro, foi apresentada ao ex-presidente a minuta de decreto que, segundo a investigação da PF, detalhava diversos “fundamentos dos atos a serem implementados” em razão do que os apoiadores do presidente consideravam interferência do Judiciário no Poder Executivo.

 

A minuta pedia a prisão dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O documento também previa a realização de novas eleições.

 

Cid disse em delação à PF que, nesse encontro, Bolsonaro teria determinado a Martins alguns ajustes na minuta deste decreto, permanecendo apenas a prisão de Moraes e a realização de novas eleições

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