Reforma tributária ampla reduz burocracias e agrega desenvolvimento às empresas

Com uma reforma fatiada, a indústria brasileira acumula perdas econômicas. O estado de Pernambuco também pode ser afetado, caso não haja junção de impostos federais, estaduais e municipais

A urgência para se aprovar uma reforma tributária no Brasil é considerada uma unanimidade. No entanto, parte dos parlamentares no Congresso Nacional, assim como profissionais que atuam diretamente no ramo, ressaltam que isso não pode ser desculpa para que as mudanças sejam feitas pontualmente, ou seja, uma reforma tributária fatiada.

O advogado tributarista Sebastião Dantas avalia que as mudanças são essenciais para acabar com as burocracias tributárias que impedem o desenvolvimento das empresas. Segundo o especialista, o atual sistema de cobrança de impostos é complexo, por isso, uma reforma tributária ampla também ajudaria o contribuinte a entender melhor o que ele paga de imposto.

“A urgência se traria justamente para que a legislação tributária fosse simplificada, e que fosse de mais fácil entendimento. O ideal mesmo é que fosse de forma ampla, para que tudo fosse mais harmonizado. Com isso, você pode promover um planejamento e projeções com mais segurança”, pontua.

Crescimento econômico

Especialistas consideram, ainda, que o sistema tributário em vigor no Brasil reduz a capacidade de competitividade do País e dos estados. Um deles é o diretor de Assuntos Tributários da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais, Juracy Soares. Segundo ele, o atual modelo contribui para o baixo crescimento da economia.

“Para milhares de empresas, os elevados custos de conformidade afastam investimentos produtivos e minam as atividades dessas corporações no mercado nacional e global. Para a administração pública, a infinidade de novas normas que são escritas para tapar buracos, que viabilizam sonegação, e também para gerir esse sistema complexo, resultam em perdas de arrecadação e elevados custos de gerenciamento e controle”, destaca.

Pernambuco

Sem uma reforma tributária, o cenário também é de perda da posição relativa da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Com isso, o estado de Pernambuco também pode ser afetado. A unidade da Federação possui, atualmente, PIB industrial de R$ 32,4 bilhões, equivalente a 2,5% da indústria brasileira. Ao todo, o setor emprega 283.855 trabalhadores na indústria. Os dados dão da Confederação Nacional da Indústria.

Pernambuco arrecadou, entre janeiro e junho de 2021, R$ 11,36 bilhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com isso, a Unidade da Federação coletou 26,41% a mais em relação ao mesmo período de 2020, quando o valor foi de R$ 8,99 bilhões. Os números são do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

O que muda com a reforma tributária mais ampla?

Uma reforma tributária ampla pode aumentar em até 20% o ritmo de crescimento do PIB do Brasil nos próximos 15 anos. A projeção foi feita por profissionais renomados, que atuam instituições como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a LCA Consultores e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com os pesquisadores, esse resultado será consequência de ganhos de competitividade da produção nacional em relação aos competidores externos e da melhor alocação dos recursos produtivos.

O IPEA, por exemplo, considera que as mudanças na forma de se cobrar impostos no Brasil poderão reduzir a pressão dos tributos sobre o cidadão de menor renda, o que acarreta em diminuição das desigualdades sociais.

Fonte: Brasil 61

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