RIO IPOJUCA – UM PEDIDO DE SOCORRO!

Autor: Ivaldo Batista 

Atenção você leitor

Trago hoje um tema quente

Debatido em todo mundo

A discussão é frequente

Todos devem refletir

O tema que trago aqui

Impacta o meio ambiente.

 

O mundo daqui pra gente

Anda todo de butuca

O lucro a qualquer custo

Deixou nos numa arapuca

Interesses capitais

Da vida não são rivais

Hoje o poeta cutuca.

 

Ouvi do rio Ipojuca

Um pedido de Socorro

Gritou: Por Deus me ajude

Caso contrário eu morro

Ajude a me salvar

Quem quiser pode ajudar

Por isso a você recorro.

 

Do sertão ao mar eu corro

Enfrento mil desafios

A natureza impõe

Duros caminhos aos rios

É plano do Soberano

Mas por ações do humano

Vivemos dias sombrios.

 

Queria ouvir elogios

Por te ajudar a viver

Pelas águas do meu leito

Que eu te dou pra beber

Ajudo nas plantações

Na pesca e embarcações

Eu banco o teu comer.

 

Poeta pode dizer

Peço que fales por mim

Mostre a capa do cordel

Diga ao povo assim

Veja este desmantelo

A razão do meu apelo

É que a coisa tá ruim.

 

A criação de ELOIM

Tem aqui triste destino

Nosso rio Ipojuca

Um santuário divino

Cujas margens deu o barro

Para tanto boi de carro

Que eternizou Vitalino.

 

Petrúcio Amorim menino

Descreveu sua lembrança

Na canção “Meu Ipojuca”

Lembrou-se quando criança

Da alegria dos banhos

Hoje cenários estranhos

Apagam o brilho e a pujança.

 

Vamos deixar essa herança

Aos filhos dessa cidade

O futuro questiona

A nossa capacidade

Pergunte ao meio ambiente

O homem é inteligente

Ou é poço de maldade.

 

Convido as autoridades

Pelas leis constituídas

Parem e prestem atenção

Tomem as cabíveis medidas

Encarem o desafio

Para salvar nosso rio

Garantindo nossas vidas.

 

Vejo as águas poluídas

Passando ali na ponte

Irmã Jerônima viu

Mas desconhece a fonte

Chorou ali suas mágoas

Observando as águas

Passando ali defronte.

 

Ampliando o horizonte

Quero que você atente

O Ipojuca que passa

Aqui pertinho da gente

Tem grande potencial

E o riacho liberal

É seu maior afluente.

 

Em Arcoverde a nascente

Na porteira do sertão

Com seus Trezentos e vinte

KM de extensão

Que nem um nome me escape

De Arcoverde a SUAPE

Vou fazer a relação.

 

Se o tema é poluição

Vamos falar a verdade

Quase todo município

Tem responsabilidade

De promover a limpeza

Ajudar a natureza

Na sustentabilidade.

 

Quatorze dessas cidades

As suas sedes estão

Banhadas por este rio

Preste aqui atenção

Arcoverde e Sanharó

Pesqueira e Tacaimbó

Belo Jardim e Poção.

 

Dando continuação

Passa lá em São Caetano

Caruaru e Bezerros

Gravatá torrão serrano

Pombos, Chã Grande e Escada

Primavera é contemplada

E o solo ipojucano.

 

É rio pernambucano

É região do Nordeste

De regime fluvial

Direção Oeste a Leste

Falando em hidrografia

A sua grande bacia

É bênção no meu agreste.

 

Parcialmente investe

Em Altinho e Alagoinha

Agrestina, Amaraji

Sairé, Cachoeirinha

São Bento e Venturosa

Riacho das Almas posa

E Vitória da caninha.

 

Aquela água limpinha

Que era observada

No leito do Ipojuca

Numa época passada

Suas águas cristalinas

Foi espelho das meninas

Contou-me Imaculada.

 

Mulher privilegiada

Em um passado distante

Olhando as águas do rio

Relembra qual uma amante

Fala disso com carinho

Criou dele um peixinho

Num aquário na estante.

 

Contando me um feirante

Veja a pouca água que há

Quem chegar pertinho sente

O mal cheiro tá no ar

Olhando perto o seu leito

A gente vê o mal feito

Colchão, cadeira e sofá.

 

A baronesa está lá

Fazendo a reclamação

A presença dela fala

Diz que tem poluição

E de mostrar tem vergonha

Trabalha ali tristonha

Chamando nossa atenção.

 

É tanta desolação

O rio sofre um bocado

Não parece com um carro

Mas um pneu foi lançado

O Ipojuca ferido

O pássaro entristecido

Olhando tem protestado.

A criação tem chorado

Um ecologista sente

O planeta agoniza

Reclama o tempo quente

Se a gente não atuar

A coisa vai piorar

Enquanto estamos dementes.

 

O Senhor onipotente

Criador por excelência

Fez a água fez o rio

Condições pra existência

Da água que hoje tomo

O Senhor me fez mordomo

Para tomar providência.

 

Deus em sua onisciência

Fez coisas essenciais

Um dos quatro elementos

Dos recursos naturais

Tudo fez em quantidade

Garantiu gratuidade

Desses recursos vitais.

 

Um rio é bom demais

É bênção pra humanidade

Irriga a plantação

Que traz produtividade

Sacia a sede do homem

Traz o fruto que ele come

É útil a civilidade.

 

Entre homens vi maldade

E também fraca gestão

O fato é que toda a terra

Hoje debate a questão

Com o fim do AGHÁ DOIS Ó

Nossa vida vira pó

É a nossa extinção.

 

Essa nossa geração

Experimenta um dilema

Fala em ecologia

Vida verde é o tema

Mas destrói a natureza

O metal traz tal frieza

Embora a criação gema.

 

Do quintal o meu poema

Grita “HELP” pede ajuda

S.O.S Socorro!

É alerta, não se iluda

Não adianta correr

Ajoelhar-se e dizer

Que o Senhor nos acuda.

 

Não é galho de arruda

Não é fé ou simpatia

Mas projetos e ações

Será a nossa valia

Pra preservar o que Deus

Garantiu aos filhos seus

Pão nosso de cada dia.

 

Caruaru eu queria

Que lendo este cordel

Reflitas tua importância

E assuma teu papel

Tua missão é vanguarda

Essa tarefa te aguarda

Da balança és o fiel.

 

 

Ivaldo Batista é escritor e cordelista. Natural de
Carpina – PE. É membro efetivo da
União Brasileira de Escritores
(UBE); da União Carpinense de
Escritores e Artistas (UCEA),
ACORDEL-PE e AILA (Academia
Internacional de Literatura e
Arte).
Formado em História pela Universidade
Católica de Pernambuco (UNICAP), Bacharel
em Teologia pelo STBNB e pós-graduado em História
de Pernambuco.

 

e-mail: [email protected]
blog: www.ivaldoescritor.blogspot.com
Tel.: (081) WhatsApp 986258410
973021604

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