“Situação do Hospital São Camilo é desumana”, afirma a presidente do Sindiserpum
Em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Mossoró (CMM), servidores do Hospital Municipal São Camilo de Lellis externaram os temores e problemas enfrentados na unidade. A diretora do Hospital, Alexia Morais, afirmou na audiência que o município não planeja fechar a unidade, onde faltam colchões e até de comida para os pacientes em internação.
“Até que ponto perdemos a nossa humanidade? É desumano ver pessoas que precisam de tratamento psiquiátrico dormindo no chão e sem comida. Até o dia 31 de dezembro deste ano, Francisco José Júnior continua sendo prefeito e ele tem que assumir as responsabilidades. Nós continuares cobrando dele e dos gestores que vierem”, disse a presidente do Sindiserpum, Marleide Cunha.
Diante do desabastecimento, servidores do Hospital São Camilo realizaram campanha de arrecadação de itens básicos como alimentos e produtos de limpeza. Sem as doações, os pacientes não teriam o que comer.
“O Hospital São Camilo está municipalizado há 10 anos, mas tem sido mantido por asfixia. Quando os colchões da unidade são perdidos, a Prefeitura não os repõe e atualmente, se não fossem as doações da sociedade, a unidade não teria como funcionar. A Prefeitura diz que não há intenção de fechar o hospital, mas também não há intenção de comprar colchões novos”, disse a psiquiatra Fátima Trajano.
Também estiveram na audiência representantes da OAB, da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e das universidades. As entidades ofereceram ajuda para planeja medidas que garantam a continuidade dos serviços e criticaram o desabastecimento do hospital.
Fundado há 47 anos, o Hospital São Camilo já atendeu 16.444 pacientes únicos e, conforme dados apresentados por servidores da unidade durante a audiência, alguns pacientes chegam a ser internados mais de 200 vezes, pois são casos crônicos.