Thadeu Brandão – Liquefação do Governo Temer: o início
Seis meses de governo e seis ministros caídos. Todos por indícios de corrupção. A história julgará este como o governo tampão mais energúmeno: pior mesmo que a junta militar de 1968, após a doença de Costa e Silva.
Terminará por aprovar uma PEC que, pasmem, não resolverá crise econômica. Já que, a dinâmica desta crise ultrapassa sua capacidade (como líder e gestor) de unir o país (além da própria dinâmica da economia e do fosso depressivo difícil de sair, como dizem os economistas). Não tendo poder para aumentar impostos (como a salvadora CPMF), Temer é fritado lentamente nos bastidores.
O minguado e, falido moralmente, governo Temer cairá como começou: sem apoio nacional e com suas elites perdidas e bestializadas. Afora os apoiadores de plantão (que são regiamente pagos para isso), a nação assiste bestializada (também, afinal, todos estamos juntos como o povo naquele 15/11/1889) o Congresso fazer de conta que pensa nela.
A Era Temer também será vista pela história como a última (Será? Este prognóstico com certeza não se realizará…) vez em que a grande claque que governa o país, o PMDB e outras siglas, se lambuzaram no mel do Estado falido. Pior: Temer nada mais é do que a catapulta para figuras mais ferozes, neoliberais apenas no nome, pois veem no Estado sua salvação.
O neoliberalismo brasileiro é a configuração de um clássico engodo da ideologia: dizer uma verdade reafirmando seu oposto. Estado para Elites. Uma farsa, como o próprio conceito. O que se objetiva mesmo é a ocupação seletiva do Estado.