União Brasil desiste de candidato próprio e deve apoiar Hugo Motta para presidir Câmara; Elmar Nascimento diz que segue no páreo

A direção nacional do União Brasil desistiu de lançar o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), como candidato à presidência da Câmara dos Deputados.

 

Em reunião nesta quinta (31), a executiva do partido decidiu criar uma “delegação” para negociar o provável apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) – deputado que recebeu apoio de diversos partidos nos últimos dias e passa a ser favorito na disputa.

 

🔎 Câmara e Senado vão eleger novos presidentes em fevereiro de 2025. Quem suceder Arthur Lira (PP-AL) vai comandar a Câmara em 2025 e 2026 – e, se for reeleito deputado, poderá disputar também a reeleição no posto.

 

Em entrevista após a reunião, Elmar Nascimento disse que segue candidato e que conversará com Hugo Motta e com outros envolvidos nas “pré-campanhas” – como o deputado Antônio Brito (PSD-BA) e o presidente do PSD, Gilberto Kassab.

 

“Me mantenho candidato […] Não tenho resistência em desistir nem continuar. Minha candidatura não é minha. Nunca tratei no pessoal. É nossa, é do meu partido e dos partidos que me apoiaram. Isso tem que ficar submetido a uma avaliação deles. [A decisão de criar uma delegação] significa um voto de confiança da bancada de ter mais uma reunião, de nós três, de tomar uma decisão em nome da bancada”, disse Nascimento.

A tendência, de acordo com parlamentares do partido, é de que, após as tratativas, Elmar formalize a desistência na disputa. A bancada do partido na Casa deve voltar a se reunir na próxima terça (5).

 

Partido recua

O recuo do União começou a ser articulado na quarta (30), um dia depois de Motta oficializar sua candidatura e receber o apoio formal de Lira na disputa.

 

A “delegação” do União Brasil que vai negociar os acertos finais para o apoio a Hugo Motta é formada por três dirigentes do partido:

 

o presidente da sigla, Antonio Rueda;

o vice, ACM Neto;

e o próprio Elmar Nascimento, que segue como líder do União na Câmara.

O partido teme que, se não aderir à candidatura de Motta e o deputado vencer a disputa, o União acabe ficando sem espaço na Mesa Diretora da Câmara e no comando de comissões.

 

Já se anunciar apoio, o União Brasil pretende pleitear a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mais importante colegiado da Casa, e uma das vice-presidências da Câmara.

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