Wilson Bezerra de Moura – A BALANÇA DOS MORROS DE AREIA

Atualmente caminhamos às margens do litoral em Tibau já não vemos os antigos e abalançados morros de areia porque as construções de moradia tomaram grande parte do espaço físico. Estes morros ainda hoje existem porem não são avantajados como antes vez que  moradias tiraram o brilho da beleza da natureza, é o que entendemos, a natureza constrói e o homem destrói na ilusão de que está erigindo o progresso  da vida. A população de Mossoró enfrentava dificuldade por encarar o transporte de animais, carros de boi mais iam à praia não só ao banho mais ver de perto a beleza dos morros da Praia linda, sentia o encanto da natureza em contemplar a beleza visual de suas montanhas de areia fina e avermelhada.

Em qualquer das circunstancias era verdadeiro sacrifício ir à Praia de Tibau custava caro, era desanimador enfrentar o causticante Sol, o areal forte quase não dava para os bois puxarem o carro ou por outra já mais na frente os caminhões de quatro rodas conduzindo inúmeras pessoas vencerem o areal, muitos encaravam com naturalidade até um divertimento enquanto outros se lamentavam por tamanho sacrifício que, em dado momento forçava os passageiros ter de descer para empurrar o caminhão.

Entre os muitos acontecimentos numa época passada revelam-se fatos, alguns com naturalidade outros cômicos que se constituem pontos autênticos de uma história que merece ser revista até porque todos os impulsos marcam uma época diferente da outra traduzindo em novidade para o presente histórico. O jornalista e historiador Lauro da Escóssia em seu Mossoró no Passado, escrito nas páginas do jornal O Mossoroense, revela que existiu um sujeito chamado João Capistrano. Homem de confiança da cidade em quem os pais confiavam suas filhas para leva-la à Praia sem a sua presença.

Certa feita o João Capistrano alugou um caminhão para conduzir as moças Maria Dolores, Lací, Ivonete, filhas do major Rufino Caldas, Maria Prisca, Débora, Luisinha, do coronel Manuel Cirilo, Aline, Raimundinha, Dolora, Maria Cândida de Raimundo Couto. Poderia ter sido uma viagem tranquila se o motorista não tivesse bebido muito ao ponto de promover pânico aos passageiros, ao ponto de João Capistrano combinar com passageiros pedir para o motorista parar o caminhão todos descerem e, ali ficando mandou que condutor do veículo fosse embora que eles iriam esperar outro transporte. O fato que outro transporte só apareceu muito tarde e a chegada a Mossoró se deu pela madrugada.

Noutra ocasião o senhor Francisco Wanderely de Albuquerque, juntamente com Chico Dias e outros saíram de Mossoró às sete horas e chegaram á Tibau pela madrugada, pelas três horas, ao chegar conseguiram uma casa de alpendre, armaram uma rede e tome sono até altas horas da manhã. O tempo passado no primórdio da Praia de Tibau ficou mergulhado no sacrifício de muitos que não tiveram o privilégio de usufruir dos prazeres que a ocasião oferecera. Diferente de hoje é justo se comemorar o progresso, sem ter de descer do carro para desatolar a veiculo da areia ou lama no tempo de inverno, uma fase que deixou marcas de alegria e sacrifício ante as dificuldades para chegar até a orla marítima.